Título: Uma Vida Assim-Assim
Autor: Cláudia Araújo Teixeira
Editor: Edições Asa
N.º de Páginas: 160
Sinopse:
Às 21h08 do dia 13 de Abril de 1970, enquanto a missão espacial Apollo 13 deixa o mundo em suspenso ao anunciar Houston, we’ve had a problem, Cristina Maria nasce num bairro social do Porto. A coincidência escapa por completo aos seus pais, que perdem assim a oportunidade de juntar uma boa história à já sobrelotada mitologia familiar.
A década de 70 está a dar os primeiros passos e, com ela, traz um vislumbre de modernidade a um país cinzento. As senhoras fazem a mise, os cinemas inauguram as sessões da meia-noite, diz-se bom-dia com Mokambo, os quiosques veem esgotar a revista Gina, inauguram-se os primeiros centros comerciais… Mas se as melhores casas do país se rendem à alcatifa, no Bairro, o linóleo não tem rival. Se milhões choram a separação dos Beatles, o Bairro baila alegremente ao som dos Diapasão. O Bairro é imune ao mundo porque o Bairro é o mundo.
Cristina Maria, que nunca descobrirá a sua ligação ao programa espacial americano, sonha voar mais alto. Não precisa de validação exterior para traçar o seu destino, que, sabe, está para lá dos limites do Bairro. Ela, que se sente especial desde que tem consciência de si, jura nunca ter uma vida assim-assim.
Retrato das últimas décadas do século XX no Porto através dos sonhos e desalentos de uma jovem nascida nas margens da cidade, Uma Vida Assim-Assim apresenta-nos ao Bairro que a viu nascer e a uma panóplia de personagens tão extravagantes quanto vívidos, tão humanos quanto anedóticos. Nesta vertiginosa viagem a um destino que não consta dos guias turísticos, encontramos o outro lado da vida.
Este livro deu nas vistas num dia típico de trabalho. Estava a organizar as prateleiras e deparei-me com um título que ma chamou a atenção. Depois de lida a sinopse decidi que esta seria uma das primeiras leituras do ano.
Não vivi nos anos 70 (nasci em 78), mas os anos 80 povoam a minha infância embora nunca tenho estado perto da realidade de um bairro. Mas para que servem os livros se não nos transportarem para outras realidades?
Adorei viver a vida de Cristina Maria, uma vida cheia de sonhos, mas com a algibeira sempre vazia.
Tardes no centro comercial Brasília, o primeiro shopping com escadas rolantes, a música dos Beatles e Diapasão, os bailes no bairro onde todos se conhecem e todos sabem da vida uns dos outros.
Uma vida assim-assim não é apenas a história de Cristina Maria, é um retrato fiel aos anos 70, 80.
😻 Ponto mais positivo: as personagens do bairro.
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