terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O que Contamos ao Vento - Laura Imai Messina [Opinião]

Título: O que Contamos ao Vento

Autor: Laura Imai Messina
Editor: Suma de Letras
N.º de Páginas: 224

Sinopse:
No lado íngreme de Kujira-yama, a Montanha da Baleia, existe um imenso jardim chamado Bell Gardia. No meio há uma cabine, dentro da qual repousa um telefone que não funciona, carregado de vozes sopradas ao vento. De todo o Japão, milhares de pessoas que perderam alguém passam por ali todos os anos e usam o telefone para falar com aqueles que já partiram.
Yui é uma jovem de trinta anos, e 11 de Março de 2011 é a data que a mudou para sempre. Naquele dia, o tsunami varreu o país onde mora, engoliu a sua mãe e a sua filha, tirou-lhe a alegria de estar no mundo.
Ao saber, por acaso, daquele lugar surreal, Yui vai até Bell Gardia e conhece Takeshi, um médico que mora em Tóquio e tem uma filha de quatro anos, que emudeceu no dia em que a mãe morreu. Quando Yui percebe que aquele lugar precioso corre o risco de ser arrasado por um furacão, decide enfrentar o vento, tanto aquele que sacode a Terra como o que levanta a voz de quem já não está presente.

A minha opinião: 
Num local algures no Japáo, existe um imenso jardim chamado Bell Gardia. 
Bell Gardia tem um telefone onde é possível falar com alguém que já morreu, embora do outro lado não venha qualquer resposta. Porém, quem dele se socorre fica bem mais tranquilo. 

É aqui que os caminhos de Yui e de Takeshi se cruzam. 

Yui é uma jovem mulher de 30 anos, que perdeu a mãe a filha na sequência do tsunami de 11 de março de 2011. Por sua vez, Takeshi, um médico com a uma filha de 4 anos, perdeu a mulher. Desde aí a sua filha nunca mais falou. 

E, por força das circunstâncias, nasce um grande amor entre eles, mas também muitas dúvidas, sobretudo da parte de Yui que tem medo de se tornar uma intrusa na vida da pequena Hannanh... 
A dor da perda, a solidão, mas ao mesmo tempo a esperança e o conforto daquele telefone, que existe mesmo, faz com que estejamos a ler o livro enternecidos com toda a história. 

Imaginar que do outro lado do mundo existe um telefone que nos permite falar, mesmo que hipoteticamente com um ente querido, faz com a dor do seu desaparecimento saia atenuada. O telefone funcionará com uma espécie de desabafo e de conforto. 

Não criei empatia com qualquer uma das personagens, mas achei a história maravilhosa. 
O jardim, ponto principal da história, deve ser maravilhoso e transmite muita vida, o que se pretende de um local onde se vá com a esperança de se falar com alguém querido que já partiu. 

No fundo, é uma forma bem mais bonita de encarar o luto. 



 



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