quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Mentiras Consentidas - Hjorth e Rosenfeldt [Opinião]

Título: Mentiras Consentidas
Autor: Hjorth e Rosenfeldt
Editor: Suma de Letras
N.º de Páginas: 528

Sinopse:
Os dias de Sebastian Bergman na Unidade de Homicídios terminaram e agora passa o tempo a dar palestras e a escrever livros. Após os eventos do caso de "A menina silenciosa", não tem notícias da sua filha Vanja há meses e a única pessoa com quem tem contato esporádico é Úrsula.

Vanja também não está na Unidade: agora trabalha como investigadora criminal em Uppsala. Desde o mês passado, está a investigar uma série de agressões contra mulheres. Quando uma das vítimas morre, a Unidade de Homicídios assumirá o caso e, muito em breve, também Sebastian Bergman.

Reunida, a equipa deve deixar de lado os seus problemas pessoais e conflitos para capturar o violador brutal que continua a assustar Uppsala. Tudo fica complicado quando as pistas indicam que as vítimas não foram selecionadas aleatoriamente. Mas qual é a ligação entre elas?

A minha opinião: 
Separados desde o final do livro anterior da série, O Castigo dos Ignorantes, Sebastian e Vanja procuram levar as suas vidas para a frente. 

Bergman deixou por completo a Unidade de Homicídios, ou melhor, foi convidado a sair, dedicando-se a dar palestras. E Vanja, apesar da saída do seu pai da Unidade, acaba por também querer dar outro rumo à sua vida e pede transferência para uma outra "esquadra", em Uppsala. 

No entanto, como já se estava à espera, o destino destas duas personagens acaba por se cruzar novamente e constatamos que a convivência entre eles nunca será normal. Vanja é uma personagem que me enerva profundamente. Instável afetivamente, mostra a sua instabilidade também no trabalho querendo impor os seus intentos junto da chefia. Pior é que consegue tudo o que quer, não melhorando o seu feitio nem a forma de ver as coisas. 

Bergman mostra o seu desejo de mudar, tudo para conquistar a filha, o único laço afectivo que lhe resta, desde que a sua família, mulher e filha morreram na Tailândia. Apesar de agir por impulso, e ser muitas vezes grosseiro, neste sexto livro evolui para um homem mais agradável. No entanto, espero que não se anule por causa de Vanja. 

A personagem que neste momento me suscita mais interesse e que terá muito para revelar ainda é Billy. O seu instinto predador parará nos próximos livros ou revelar-se-à ainda mais cruel? 

Relativamente à história central, embora não seja a mais surpreendente prendeu-me como em todos os livros da série. Um conjunto de violações, que aparentemente surgem de forma aleatória, levam a que a Unidade de Homicídios se junte à esquadra de Uppsala com o intuito de resolução do caso o mais rápido possível, até porque algumas das vítimas de violação aparecem mortas. 

Muito mais do que a história central, a série Sebastian Bergman tornou-se uma das favoritas precisamente porque a dupla tem sabido fazer evoluir as personagens principais. No final de cada livro a minha curiosidade para com o próximo não se prende tanto pelo crime que será retratado, mas pelo que acontecerá com determinada personagem, tal é o mistério que deixam no ar quando cada livro termina. 

Muito bom. 







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