sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

A Provadora - V. S. Alexander [Opinião]

Título: A Provadora
Autor: V. S. Alexander
Editor: Saída de Emergência
N.º de Páginas: 320

Sinopse:
Em plena Segunda Guerra Mundial, uma jovem encontra refúgio ao lado do homem mais perigoso do mundo. Em 1943, alarmados com os constantes raides aéreos dos Aliados sobre Berlim, os pais de Magda Ritter enviam-na para Berchtesgaden, uma remota cidade nos Alpes Bávaros. Aqui ela é recrutada para o Berghof, o refúgio de montanha de Hitler, onde é treinada para desempenhar uma única função: provar a comida do Führer, oferecendo-se em sacrifício para o manter a salvo de envenenamento.

O Berghof parece estar a um mundo de distância da realidade das batalhas e, apesar de a princípio estar aterrorizada, Magda habitua-se gradualmente à sua perigosa missão. Mas o seu amor por um conspirador das SS e a sua crescente tomada de consciência das atrocidades do Reich empurram Magda para uma conspiração que irá testar a sua inteligência e lealdade. Vividamente escrito, A Provadora desenrola-se no momento mais negro e turbulento da humanidade, oferecendo-nos uma trama plena de intriga e terror, mas também de extraordinária coragem, sacrifício e amor.

A minha opinião: 
Apesar de já ter lido inúmeros livros sobre o Holocausto nunca tinha surgido a história de que Hitler pudesse ter provadores de comida. Ou se surgiu não me apercebi de tal facto.
No entanto, como uma pessoa alvo de muitos seguidores, mas também de muitos inimigos não é de estranhar que este costume que vem da antiguidade se tenha transferido para esta. Ou será que esta profissão nunca esteve extinta?

Margot Woelk (foto retirada da internet)
Embora seja uma obra ficcional, o papel de Provadora foi ocupado por 15 pessoas que existiram na realidade, tendo Magda sido baseada na história real de Margot Woelk, que só contou a sua história aos 95 anos.

E foi precisamente no papel de uma mulher que prova tudo antes do Fuhrer comer que V. S. Alexander criou este livro cativante e que me envolveu durante uns dias.

Magda Ritter tem um papel fundamental para que o meu gosto pelo livro seja ainda maior. Munida de uma coragem e força de vontade avassaladora, esta jovem, a quem a adoração ao Fuhrer não existe, faz, mesmo assim, com que todos os que lhe são próximos e trabalhem para ele acreditem na sua devoção.

Em pleno ano de 1943, os pais de Magda já não têm quase meio de sustento e mandam-na para Berchtesgaden, uma zona mais remota, mais distante de Berlim, para casa de uns tios que têm na adoração a Hitler a sua forma de vida.

Depressa se vê a trabalhar para o Fuhrer, uma vez que naquela zona se localiza o refúgio de montanha do líder, o Berghof, e aprende a desempenhar uma única função: a de provadora.
Aterrorizada inicialmente, mas conformada mais tarde, Magda vai desempenhar a sua tarefa na perfeição. Até que se apaixona por um conspirador da SS e acaba por, ela própria, se ver envolvida na conspiração para matar o Fuhrer.

"Pensei no oficial da SS que levara o casal para fora do comboio. Quão humano era ele? Foi para casa, nessa noite, e fez amor com a sua mulher? Meteu os filhos na cama e deu-lhes um beijo de boa-noite?"

Como referi anteriormente, A Provadora é uma obra ficcional, mas baseada em muitos factos reais. Através de Magda o autor vai dando a conhecer os hábitos de Hitler, mostrando o seu lado pior na intimidade, mas também a forma como a maioria dos Alemães, mesmo os não judeus, viviam no tempo de guerra.

Gostei imenso.


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