Título: Um Céu Demasiado Azul
Autor: Francisco José Viegas
Págs.: 320
PVP: 15,50 €
Em Um Céu Demasiado Azul, Jaime Ramos, o protagonista dos livros de
Francisco José Viegas, investiga a morte e João Alves Lopes, ex-
-militante de um partido de esquerda em Portugal que envereda por uma
carreira bem-sucedida no mundo da publicidade, e cujo corpo é encontrado
no próprio carro. A investigação, realizada com a colaboração de Filipe
Castanheira, aponta para Amélia Lobo Correia, uma stripper que vai de
cidade em cidade, uma estudante de filosofia que não conseguiu concluir o
curso.
A investigação (que arrasta Jaime Ramos até Cuba e ao México)
mergulha no passado e reconstitui uma história de amores não
correspondidos, traições, solidão, vontades interrompidas e sonhos
desfeitos. Porém, por detrás deste crime e dessa mulher, cruzam-se os
destinos que arrastam consigo a memória de paixões nunca resolvidas nem
consumadas num Portugal medíocre, novo-rico e hipócrita. É uma história
de coincidências e de azar, que leva Ramos e Castanheira a procurar não o
autor de um homicídio, mas os sinais do desaparecimento, do abandono,
da mentira, da vingança e da solidão.
A minha opinião:
Fã do inspector Jaime Ramos desde a primeira investigação que tive a honra de acompanhar, não consegui resistir à leitura deste livro já antigo, mas com uma capa tão bonita! Em Um Céu Demasiado Azul Jaime Ramos vai investigar a estranha morte de um jovem publicitário que é encontrado assassinado dentro do seu carro. O corpo é encontrado por um GNR que estranha um carro abandonado num local tão estranho. Quando abre a bagageira depara-se com o corpo, ao qual estranhamente falta um sapato.
Filipe Castanheira, inspector nos Açores, e já conhecido dos leitores dos policiais de Viegas, é também solicitado, por Ramos, para ajudar a resolver o crime, enquanto o inspector portuense e portista precisa de viajar para o México e Cuba a fim de dar continuidade à investigação. Castanheira que é destacado do continente para a ilha açoriana onde vive uma relação tranquila, embora perigosa com Isabel.
A relação com Rosa já é evidente, embora Ramos goste sempre de flirtar com outras mulheres, não se coibindo de manter relações, se bem que esporádicas, com outras mulheres.
O gosto pelo Porto e pela região transmontana é por demais evidente na escrita de José Viegas demarcando sempre as duas regiões nas suas obras. No entanto, as duas regiões partilham o protagonismo com México, Cuba e Ponta Delgada.
A investigação leva-o assim a deslocar-se a vários locais que a burocracia obriga, descobrindo que a vítima é filho de uma pessoa influente na política portuguesa, o que poderá colocar entraves na investigação. A ligação deste com duas strippers que actuam na região transmontana, talvez as últimas pessoas a verem a vítima com vida, poderá ser de suma importância para a resolução do crime, mas uma estranha viagem para o México e logo a seguir para Cuba, vai deixar intrigado Ramos, que apesar do calor e da vontade de regressar ao seu Porto, sempre com pouca vontade de trabalhar, não descansa enquanto não resolver o problema.
Não foi o melhor livro de Jaime Ramos, mas foi uma leitura extremamente agradável.
Sem comentários:
Enviar um comentário