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Autor: Annie Ernaux
Editor: Livros do Brasil
N.º de Páginas: 96
Sinopse:
Uma jovem de 23 anos, estudante universitária brilhante, descobre que está grávida. Tomada pela vergonha, consciente de que aquela gravidez representará um falhanço social para si e para a sua família, sabe que não poderá ter aquela criança. Mas, na França de 1963, o aborto é ilegal e não existe ninguém a quem possa acorrer. Quarenta anos mais tarde, as memórias daquele acontecimento continuam presentes, num trauma impossível de ultrapassar e cujas sombras se estendem para além da história individual. Escrito com uma clareza acutilante, sem artifícios, este é um romance poderoso sobre sofrimento, justiça e a condição feminina. Escrito por Annie Ernaux em 1999, foi adaptado ao cinema em 2021 por Audrey Diwan, num filme vencedor do Leão de Ouro em Veneza.
Se não fosse ter sido vencedora do Prémio Nobel deste ano, provavelmente não me teria chegado às mãos dois dos seus livros. O primeiro passou logo para o topo das leituras e não o larguei enquanto não terminei de lê-lo.
Numa entrevista dada ao Expresso, Annie Ernaux revela que "Nos meus livros não há autoficção, eles são mesmo biográficos", o que me deixou ainda com a curiosidade ainda mais aguçada. A verdade nua e crua, assim explanada, sabendo que tudo o que autora escreveu se passou na realidade, ainda me prendeu mais à sua escrita sublime, mas ao mesmo tempo simples, despojada de palavras caras.
Vive então dias angustiantes que explana numa espécie de diário, que oferece aos seus leitores, trinta décadas após o acontecimento. Ao mesmo tempo que relata toda a angústia pela qual passou que narra acontecimentos históricos mundiais como o assassinato de J. F. Kennedy, cujo interesse perdeu completamente ao compará-lo com a sua tragédia interior.
"A minha mãe pertence à geração anterior à guerra a do pecado e da vergonha sexual".
À medida em que nos oferece este Acontecimento, Ernaux mostra uma sociedade machista, onde ainda são os homens que comandam os destinos das mulheres, são eles que mandam nos seus corpos e que decidem por elas.
Uma autora que vou querer continuar a ler, sem qualquer dúvida.
"Ver através da imaginação ou rever através da memória é o destino da escrita."
"Se deixar passar o tempo, no próximo mês de julho sairá de mim um filho. Mas não o sinto."
Uma jovem de 23 anos, estudante universitária brilhante, descobre que está grávida. Tomada pela vergonha, consciente de que aquela gravidez representará um falhanço social para si e para a sua família, sabe que não poderá ter aquela criança. Mas, na França de 1963, o aborto é ilegal e não existe ninguém a quem possa acorrer. Quarenta anos mais tarde, as memórias daquele acontecimento continuam presentes, num trauma impossível de ultrapassar e cujas sombras se estendem para além da história individual. Escrito com uma clareza acutilante, sem artifícios, este é um romance poderoso sobre sofrimento, justiça e a condição feminina. Escrito por Annie Ernaux em 1999, foi adaptado ao cinema em 2021 por Audrey Diwan, num filme vencedor do Leão de Ouro em Veneza.
Se não fosse ter sido vencedora do Prémio Nobel deste ano, provavelmente não me teria chegado às mãos dois dos seus livros. O primeiro passou logo para o topo das leituras e não o larguei enquanto não terminei de lê-lo.
Numa entrevista dada ao Expresso, Annie Ernaux revela que "Nos meus livros não há autoficção, eles são mesmo biográficos", o que me deixou ainda com a curiosidade ainda mais aguçada. A verdade nua e crua, assim explanada, sabendo que tudo o que autora escreveu se passou na realidade, ainda me prendeu mais à sua escrita sublime, mas ao mesmo tempo simples, despojada de palavras caras.
1963, uma jovem de 23 anos sofre com uma gravidez indesejada. Estudante universitária brilhante, mas com uns pais austeros e conservadores, numa altura em que a palavra aborto era tabu e proibida, a jovem, após recorrer várias pessoas a fim de tentar colocar fim à gestação, acaba por ficar completamente isolada e só na sua decisão.
Vive então dias angustiantes que explana numa espécie de diário, que oferece aos seus leitores, trinta décadas após o acontecimento. Ao mesmo tempo que relata toda a angústia pela qual passou que narra acontecimentos históricos mundiais como o assassinato de J. F. Kennedy, cujo interesse perdeu completamente ao compará-lo com a sua tragédia interior.
"A minha mãe pertence à geração anterior à guerra a do pecado e da vergonha sexual".
À medida em que nos oferece este Acontecimento, Ernaux mostra uma sociedade machista, onde ainda são os homens que comandam os destinos das mulheres, são eles que mandam nos seus corpos e que decidem por elas.
Uma autora que vou querer continuar a ler, sem qualquer dúvida.
"Ver através da imaginação ou rever através da memória é o destino da escrita."
"Se deixar passar o tempo, no próximo mês de julho sairá de mim um filho. Mas não o sinto."
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