quinta-feira, 7 de maio de 2020

Minha Irmã Luísa Todi - Maria Helena Ventura [Opinião]

Título: Minha Irmã Luísa Todi
Autor: Maria Helena Ventura
Editor: Saída de Emergência
N.º de Páginas: 384

Sinopse:
Três anos antes do terramoto de 1755 nasceu em Setúbal uma jovem que iria, também ela, abalar a Europa: Luísa de Aguiar. Aos dez anos mudou-se para Lisboa, aos 14 estreou-se no palco e poucos anos depois casava-se com o napolitano Francesco Todi. Aos 24 anos abandonou Portugal, grávida do quarto filho, para começar uma carreira internacional em Londres. Nascia uma estrela, Luísa Todi, a maior cantora lírica do seu tempo. Com uma vontade indomável e o dom de despertar emoções com a voz, facilmente conquistou a capital inglesa. Logo de seguida foi a vez de Paris, prestes a mergulhar no terror da Revolução Francesa. O seu talento tornou-se lendário, conquistando eruditos, políticos e vários soberanos do seu tempo, bem como os palcos habituados à presença das maiores divas, como Espanha, Itália, Prússia, Áustria ou Alemanha. Gloriosos foram os três anos que passou na Rússia, onde privou com Catarina, a Grande, e dela recebeu muitos presentes.

Quando Luísa regressou a Portugal, para viver em paz depois de uma carreira gloriosa, o destino foi-lhe cruel. Primeiro as invasões francesas e depois as lutas liberais delapidaram muito do que acumulara. Ignorada pelos governantes do país e esquecida pelos seus compatriotas, a luz de Luísa Todi, que um dia iluminara toda a Europa, apagou-se em Lisboa, sem direito sequer a uma sepultura digna. Este é um romance histórico escrito com o rigor factual de uma biografia e o talento único de Maria Helena Ventura, autora de Afonso, o Conquistador e Onde Vais Isabel?

A minha opinião: 
Pouco conhecemos de Luísa Todi a não ser que ainda é uma das maiores cantoras líricas do nosso país, quiçá a nível mundial. 

Nascida Luísa Joaquina (o mesmo nome da minha avó) três anos após o terramoto de 1755 em Setúbal, cedo foi para Lisboa com a sua família e, aos 14 anos, estreou-se em palco juntamente com as suas irmãs Cecília (na altura ainda fazia mais sucesso que Luísa) e Isabel a narradora desta história. 

Pouco tempo depois, casar-se-ia com Francesco Todi e sairia de Portugal aos 24 anos, para começar uma carreira internacional. 

Maria Helena Ventura conta, com mestria, a história da cantora lírica portuguesa enquadrando a sua história de vida na História portuguesa e europeia. 

Ao longo de quase 400 páginas ficamos a conhecer a história da família de Manuel José de Aguiar um homem que sempre impulsionou as filhas para a música, tendo-se mudado para Lisboa de forma a que elas pudessem atuar no teatro musical. 

Luísa granjeou bastante sucesso, mas com as medidas políticas de D. Maria I, Luísa não viu outra forma em sair de Portugal uma vez que a rainha proibia as mulheres de qualquer atividade artíticas e desejava acabar com os teatros. Francesco Todi que tinha outro tipo de visão, apostou na carreira de ambos (Francesco era violoncelista) e decidem tentar uma carreira internacional e viveram momentos de glória. 

Já mais velha Todi regressa a Portugal e enviúva pouco depois. Nos últimos anos fica cega e acaba por viver com algumas dificuldades económicas. 

Certo que quer em vida, quer depois disso, Luísa Todi não teve grande reconhecimento por parte do país onde viveu. O seu corpo jaze debaixo de um edifício lisboeta e pouco se fala desta cantora lírica tão importante. 

Gostei muito da forma como a história foi contada, através da narradora, irmã Isabel, que o fez de uma forma apelativa e bastante completa. 



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