segunda-feira, 20 de abril de 2020

A Agenda Vermelha - Sofia Lundberg [Opinião]

Título: A Agenda Vermelha
Autor: Sofia Lundberg
Editor: Porto Editora
N.º de Páginas: 320

Sinopse:
Doris pode ter noventa e seis anos e morar sozinha em Estocolmo, mas tal não significa que não continue ligada ao mundo. Todas as semanas, aguarda ansiosamente o telefonema por Skype com Jenny, a sobrinha-neta americana que é, simultaneamente, a sua única parente. As conversas com a jovem mãe levam-na de volta à sua própria juventude e tornam mais suportável a iminência da morte, que Doris sente a rondá-la. De uma forma muitíssimo lúcida, escolhe, de entre as inúmeras memórias que uma vida longa carrega, as que estão relacionadas com aqueles que conheceu e amou e cujo nome inscreveu numa pequena agenda vermelha.

As histórias desse passado colorido - o amor platónico pelo pintor modernista Gösta Adrian-Nilsson; o trabalho como manequim de alta-costura em Paris, na década de 1930; a fuga clandestina num barco que é bombardeado pelos soldados alemães do III Reich, no auge da Segunda Guerra Mundial - recriam uma existência plena que, embora se aproxime do derradeiro final, não está isenta de surpresas: um lembrete agridoce de que, na vida, os finais felizes não são apenas ficção.

A minha opinião: 
Doris tem 96 anos e uma vida repleta de acontecimentos memoráveis. Todas as semanas anseia por uma chamada, via Skype, com a única familiar Jenny, filha da sua irmã já falecida. Apesar de muito idosa, Doris sempre foi independente e, por isso mesmo, ainda vive sozinha, tendo unicamente ajuda de assistentes que vêm de fora para a ajudar nas tarefas mais básicas. 

Mas é no passado de Doris que se centra o livro. E que passado delicioso. 

Quando olhamos para uma pessoa mais velha é muitas difícil percebermos que também já foi jovem, bonita e que pode ter tido uma vida fantástica. E é precisamente isso que sucede com a vida da protagonista deste livro. 

Com constantes viagens pelo passado, e com a ajuda da sua agenda vermelha, fui-me maravilhando com a vida desta idosa fantástica. Desde o "abandono" por parte da mãe para ir servir em casa de uma pessoa rica, até sair da Suécia e partir para Paris com ela. E é em Paris que vai descobrir a sua vocação para modelo de casas de roupa como Chanel e Lavin, e apaixonar-se pelo grande amor da sua vida: um americano que estava de passagem por França. 

Troca ainda cartas com o seu amor platónico que ficou na Suécia, o pintor pós-modernista Gösta Adrian-Nilsson, um pintor que apenas foi reconhecido depois de morto. Esta amizade iria acompanhá-los até à morte de Gösta. 

Com uma rápida pesquisa, facilmente percebemos que este personagem existiu na realidade, tendo-se a autora inspirado no seu tio avô materno, que durante toda a sua vida foi ostracizado por ser homossexual. 

Ao longo de praticamente um século vamos vivenciar a Guerra, a pobreza, a loucura, a paixão, o abandono, a velhice... 
E foi isso que me atraiu neste pequeno livro, com uma capa atrativa e cujo formato em muito me agradou. 

De salientar ainda que a autora inspirou-se na sua vida pessoal para criar a personagem Doris, já que esta era sua tia-avó paterna. Também essa Doris tinha uma agenda vermelha onde ia apontado coisas importantes do quotidiano e colocando ao lado da pessoa que estava a retratar Morto, tal e qual como no romance. 

Adorei este pequeno livro e só posso recomendar a sua leitura a todo o género de público literário.









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