quinta-feira, 1 de março de 2012

Fátima Marinho apresenta o seu mais recente livro em Braga

“Ama-me sem me suportares!” tem cem poesias e um conto.
O crítico, cineasta e encenador Jorge Listopad descreve a poesia da escritora como “espontânea baseada no sentimento entre a delicadeza e a exacerbação, tipicamente feminina, tal como era a poesia de Florbela Espanca ou de Anna Akmatova”
Fátima Marinho apresenta no próximo sábado, 3 de março, na FNAC do Bragaparque, o seu mais recente livro, “Ama-me sem me suportares!”. A escritora de “À Procura de um Lugar” e “O Mistério das Coisas Erradas”, lança agora a primeira obra de poesia. Uma poesia que, segundo Jorge Listopad, escritor, publicista, conferencista, professor universitário, crítico, realizador de televisão e encenador checo, há vários anos naturalizado português, é “espontânea baseada no sentimento entre a delicadeza e a exacerbação, tipicamente feminina, tal como era a poesia de Florbela Espanca ou de Anna Akmatova”.

“Ama-me sem me suportares!” contém 100 poesias – onde surge incluído o poema que dá nome ao livro – e 1 conto, "Anjo de Jade". Sobre a obra, Fátima Marinho diz que “é um ensaio imperfeito sobre a métrica dos sentimentos – mas a prova adequada das suas aderências”. “Quis escrever poemas de amor, de saudade, de morte, de esperança e, durante sete capítulos, mantive o esforço, até desaguar nos fragmentos, para deixar que os poemas fossem exatamente isso: pequenos pedaços de tudo”, acrescenta.

Ama-me sem me suportares

Quero que sejas
A porta aberta sobre a luz poente,
Quando, redondo, o sol se deita no mar.


Quero se sejas o vento que arrefece o estio,
A lareira que junta pés frios e almas tremidas,
Pelas coisas da vida.


Quero ainda que sejas um rio,
Onde, nas margens, lave toda a dor,
Que os meus olhos não sabem chorar.


Quero que, por fim, me ames,
Sem me suportares as tristezas.
Não acarinhes lamentos meus, por favor!


Deixa apenas, nas margens do rio que serás,
Escorrerem todas as vidas que perdi,
Para que se renovem no mar,
Longe de mim e de ti.


Prometo ser outro rio,
E amar-te sem te suportar.

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