quinta-feira, 26 de abril de 2018

A minha avó pede desculpa - Fredrik Backman [Opinião]

Título: A minha avó pede desculpa
Autor: Fredrik Backman
Páginas: 336

Sinopse:
Elsa tem sete anos de idade, quase oito, e é diferente. Para já, tem como melhor - e única - amiga a avó de setenta e sete anos de idade, que é doida: não levemente taralhoca, mas doida varrida a sério, capaz de se pôr à varanda a tentar atingir pessoas que querem falar sobre Jesus com uma arma de paintball, ou assaltar um jardim zoológico porque a neta está triste. Todas as noites, Elsa refugia-se nas histórias da Avozinha, cujo cenário é o reino de Miamas, na Terra-de-Quase-Acordar, um reino mágico onde o normal é ser diferente.

Quando a Avozinha morre de repente e deixa uma série de cartas a pedir desculpa às pessoas que prejudicou, tem início a maior aventura de Elsa. As cartas levam-na a descobrir o que se esconde por detrás das vidas de cada um dos estranhíssimos moradores de um prédio muito especial, mas também à verdade sobre contos de fadas, reinos encantados e a forma como as escolhas do passado de uma mulher ímpar criam raízes no futuro dos que a conheceram.

A minha avó pede desculpa é uma belíssima história, contada com o mesmo sentido de humor e a mesma emoção que o romance de estreia de Fredrik Backman, o bestseller internacional Um homem chamado Ove.

A minha opinião: 
Este livro começou por ser uma bela surpresa. Depois de ter estado em trabalho no sul, chego a casa e vejo uma leitura de avanço personalizada. A avó pedia-me desculpa e fiquei desde logo curiosa. A capa é espectacular e o título deixava a adivinhar que devia ser um livro amoroso. 

Avó e neta são as protagonistas desta história tão comovente. E não são os avós o universo dos netos? Este livro não podia assentar melhor no meu universo de criança. Não tive uma avó tão maluca com a da Elsa, mas tive uma avó (única por sinal) muito presente na minha vida, sobretudo na minha infância. E dela guardo excelentes recordações. Foi uma das pessoas mais importantes na minha vida. Ainda continua a sê-lo, esteja onde estiver. Não há um dia em que não pense nela. E, também por isso, é que este livro foi tão bom e tão marcante.

“Ter uma avó é como ter um exército. É o derradeiro privilégio dos netos: saberem que têm alguém sempre do seu lado sejam quais forem as circunstâncias. Mesmo quando estão errados. Na verdade, principalmente quando estão errados.”

A avozinha é a parte fulcral de toda a história. Uma mulher irreverente, que nunca deixa de ser criança e que leva Elsa para um imaginário que ela própria inventou. E, à medida que vamos avançando na leitura, vamos percebendo que há muita coisa interligada e que tudo pode fazer sentido, cruzando-se com a vida real. 

Elsa também é uma menina especial. Muito inteligente, madura para a idade, não tem amigos da idade dela, sofrendo de bullying na escola, Elsa é a menina da avó e juntas conseguem ultrapassar e vencer os monstros que vivem no país imaginário que inventaram. Mas a avó morre e Elsa fica, por momentos sozinha. No entanto, a avozinha tem tudo preparado e decide pedir desculpa a toda a gente que acha que fez mal durante a sua vida. E a mensageira dos diversos pedidos é a pequena Elsa que, com quase oito anos, se vê envolvida numa teia que vai mudar para sempre a vida de toda a gente que a rodeia. E, aos poucos, vamos conhecendo os segredos de todas as personagens presentes no livro. 

Sem me querer alongar na história, até porque o livro perderia toda a graça, posso apenas adiantar que A minha avó pede desculpa é de leitura obrigatória e que nos leva às lágrimas.  

"Mas, depois disso, uma a uma, outras crianças diferentes começam a aproximar-se de Alex e Elsa no recreio e nos corredores. Até serem tantas que já ninguém se atreve a persegui-las. Até serem um exército. Porque, se um número suficiente de pessoas for diferente, ninguém precisa de ser normal."




2 comentários:

Turista disse...

Um bom livro para o PNL, verdade? :)

Maria Manuel Magalhães disse...

Verdade Manuela, é um livro fantástico para os miúdos

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