terça-feira, 27 de janeiro de 2009

20 anos após a sua morte... Fernando Namora vai ser homenageado


O escritor português, natural de Condeixa-a-Nova, Fernando Namora vai ser recordado no próximo fim-de-semana, 20 anos após a sua morte.
A Associação Portuguesa de Escritores e a secção regional do sul da ordem dos Médicos vão recordar Fernando Namora em duas sessões: sábado, dia 31, às 15h30, num colóquio presidido por Mário Soares que decorrerá no Auditório da Ordem dos Médicos, em Lisboa; e domingo, pelas 14:30, será exibido no Cinema São Jorge o filme Domingo à Tarde, baseado no romance homónimo de Fernando Namora.
Fernando Gonçalves Namora nasceu em Condeixa-a-Nova a 15 de Abril de 1919 e morreu em Lisboa no dia 31 de Janeiro de 1989. Licenciou-se em Medicina em Coimbra, carreira que exerceu na sua terra natal e nas regiões da Beira Baixa e Alentejo.
O seu livro de estreia foi Relevos, em 1938, livro de poesia onde se notam as influências do grupo da Presença. No mesmo ano, publicou o romance As Sete Partidas do Mundo, galardoado com o Prémio Almeida Garrett, onde se começa a esboçar o seu encontro com o neo-realismo, ainda mais patente três anos depois com a poesia de Terra no Novo Cancioneiro.
A sua obra evoluiu no sentido do amadurecimento estético do neo-realismo, o que o levou a um caminho mais pessoal. Não desdenhando a análise social, os seus textos foram cada vez mais marcados por aspectos de picaresco, observações naturalistas e algum existencialismo. Fernando Namora foi um escritor dotado de uma profunda capacidade de análise psicológica, a que se ligou uma linguagem de grande carga poética. Escreveu, para além de obras de poesia e romances, contos, memórias e impressões de viagem.
Entre os títulos que publicou encontram-se os volumes de prosa Fogo na Noite Escura, em 1943; Casa da Malta, 1945; As Minas de S. Francisco, 1946; Retalhos da Vida de um Médico, 1949 e 1963; A Noite e a Madrugada, 1950; O Trigo e o Joio, 1954; O Homem Disfarçado, 1957; Cidade Solitária, 1959; Domingo à Tarde, 1961, Prémio José Lins do Rego; Os Clandestinos 1972 e Rio Triste 1982. Além dos já mencionados, publicou em poesia Mar de Sargaços,1940 e Marketing, 1969. A sua produção poética conheceu uma antologia datada de 1959, intitulada As Frias Madrugadas. Escreveu ainda volumes de memórias, anotações de viagem e crítica, como Diálogo em Setembro 1966; Um Sino na Montanha, 1970; Os Adoradores do Sol, 1972; Estamos no Vento,1974; A Nave de Pedra,1975; Cavalgada Cinzenta, 1977 e Sentados na Relva,1986.
Alguns estudiosos dividem a sua obra, se bem que seja uma sistematização que peca pelo simplismo, em três momentos diferentes na criação romanesca: (1) o ciclo rural, composto de obras como A Noite e a Madrugada e O Trigo e o Joio; (2) o ciclo urbano, fruto da mudança do médico do meio rural para o citadino, marcado pelos romances O Homem Disfarçado e Domingo à Tarde; (3) os cadernos de um escritor, influenciados pelas viagens do autor a outros países, como a poesia de Marketing e as reflexões de Jornal sem Data, 1988. O romance Domingo à Tarde foi adaptado ao cinema em 1966 por António de Macedo. O livro Retalhos da Vida de um Médico foi adaptado ao cinema por Jorge Brum do Canto, 1962, além de ter sido produzida uma série televisiva por Artur Ramos e Jaime Silva, 1979-1980.
Obtido em "
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Namora"

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