segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A sombra e o vento, Carlos Ruíz Zafon


Uma história inesquecível sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros. Trata-se de um mistério literário passado na Barcelona da primeira metade do século XX, desde os últimos esplendores do Modernismo até às trevas do pós-guerra. Um inesquecível relato sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros, num crescendo de "suspense" que se mantém até à última página. Esta é sobretudo uma trágica história de amor cujo eco se projecta através do tempo.
Ufa! Finalmente consegui ler este livro fantástico de Carlos Ruíz Zafon. Para ser mais económico acabei por ler este livro em formato digital, mas não há nada como poder folhear as páginas, sentir o cheiro do livro, além de ser muito mais prática a leitura. Como passo o dia inteiro em frente ao computador, à noite era-me difícil ligá-lo propositadamente para ler o livro, por muito interessante que ele pudesse ser. Portanto, acabo por ler levar muito mais tempo a ler um livro neste formato.
O autor transporta-nos para a Barcelona da Guerra Civil Espanhola, da censura, da polícia política, mas também da importância que os livros podem ter na vida das pessoas. Quando Daniel Sempere descobre o livro A Sombra do Vento, tudo muda na sua vida. E muda tanto que a vida de Daniel cruza-se e assemelha-se à vida de Julián Carax escritor do referido livro. Ambos sofrem de amor, ambos são perseguidos, e ambos acabam por ter um final feliz.
Do livro subtraí ainda algumas frases que dão que pensar:
“Porque é que se queimam os livros? Por estupidez, por ignorância, por ódio… vá-se lá saber”
“Ele costumava dizer que existimos quando alguém nos recorda”
“Alguém disse uma vez que no momento em que paramos a pensar se gostamos de alguém, já deixámos de gostar dessa pessoa para sempre”
“… às vezes uma pessoa sente-se mais à vontade para falar com um estranho do que as pessoas que conhece… […] Provavelmente porque um estranho nos vê como somos, e não como quer acreditar que somos.”
“Poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho até ao seu coração.”
“Aquelas primeiras imagens, o eco dessas palavras que julgamos ter deixado para trás, acompanham-nos toda a vida e esculpem um palácio na nossa memória ao qual, mais tarde ou mais cedo – não importa quantos livros leiamos, quantos mundos descubramos, tudo quanto aprendemos ou esqueçamos – vamos regressar.”
“Falar é de ignorantes, calar é de cobardes, ouvir é de sábios”
“Os livros são espelhos: só se vê neles o que a pessoa tem dentro.”
“O romance está morto e enterrado. Dizia-mo no outro dia um amigo que acaba de chegar de Nova Iorque. Os americanos estão a inventar uma coisa que se chama televisão e que vai ser como o cinema, mas em casa. Nunca mais serão precisos livros, nem missa, nem nada de nada.”
“Os acasos são as cicatrizes do destino.”
“As pessoas estão dispostas a acreditar no que quer que seja em vez da verdade.”
“Um relato era uma carta que o autor escreve a si próprio para contar coisas a si mesmo que de outro modo não poderia averiguar.”
“Um livro é um espelho e que só podemos encontrar nele o que já temos dentro, que ao ler aplicamos a mente e a alma, e que estes são bens cada dia mais escassos.”

2 comentários:

Rock In The Attic disse...

Tenho este livro na minha lista de espera. Será uma das próximas leituras.

Paula Abreu Silva disse...

Já há algum tempo que li este livro e adorei !
Segue-se "O Jogo do Anjo" ! ;)

Bjinhos

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