quinta-feira, 14 de junho de 2018

Fernando Pessoa, Cesário Verde e Fernando Rosas nas novidades da Guerra e Paz

Título: Conselhos às Malcasadas: As Malcasadas são Todas as Mulheres Casadas, e Algumas Solteiras
Autor: 
Fernando Pessoa
Antologia de Manuel S. Fonseca
N.º de Páginas: 120
Ficção/Poesia
PVP: 12,00 €
Nas livrarias a 19 de Junho
Guerra e Paz Editores

Da sexualidade de Fernando Pessoa nada sabemos. Terá morrido virgem? Foi um perverso polimorfo? Impossível saber. Conhecemos, isso sim, os seus escritos, onde muitas vezes surge o sexo, o erotismo, o desejo. Conselhos às Malcasadas – As Malcasadas São Todas as Mulheres Casadas, e Algumas Solteiras é a antologia desses textos, de Fernando Pessoa e dos heterónimos Álvaro de Campos, Bernardo Soares, Barão de Teive, António Mora e Maria José. A antologia é de Manuel S. Fonseca, e o livro integra a colecção Os Livros de Fernando Pessoa.

Pessoa jura que toda a volúpia vem do cérebro. Aconselha as mulheres a trair os maridos, mas só em pensamento, a carne seria coisa banal e plebeia. Mas este é também o mesmo Pessoa que se atira a Ophélia, beijando-a sôfrega e tropegamente, escrevendo-lhe cartas ridículas, como ele dizia que eram todas as cartas de amor. Pessoa é Maria José, a corcunda, que olha à janela o amado, a quem nunca falará. Em suma, a superioridade do espírito face à matéria, mas onde, por vezes, assoma a dúvida – será tudo fingimento? Assim, propomos ao leitor que nos acompanhe, não à arca do poeta, mas à sua cama. E com ele partilhe a exaltação amorosa: sensualidade, desejo, sexo. Com ele e com os seus heterónimos, numa bela orgia literária.


Título: O Livro de Cesário Verde e Poesias Dispersas 
Autor: Cesário Verde
N.º de Páginas: 168
Ficção/Literatura Portuguesa
PVP: 11,50€
Nas livrarias a 19 de junho 
Guerra e Paz Editores

Foi Fernando Pessoa – ou melhor, Alberto Caeiro – quem escreveu: «Leio até me arderem os olhos o Livro de Cesário Verde.» E é precisamente O Livro de Cesário Verde e Poesias Dispersas a nova aposta dos Clássicos Guerra e Paz, com a obra poética integral de Cesário Verde e fixação de texto, revisão e extratextos de Ana Salgado.

Com o fim do romantismo e o início do realismo, Cesário Verde, dividido entre o comércio e a literatura, publica os seus versos em jornais. Só em 1887, já postumamente, é publicado o seu primeiro livro: O Livro de Cesário Verde. Muito influenciado por Charles Baudelaire, o poeta cria um estilo próprio e encontra em Lisboa, caótica e sinistra, a sua grande personagem. Afinal, há poesia no real, no concreto, nos objectos banais, nos gestos, no dia-a-dia. Desfilam novas personagens, que já não musas, mas engomadeiras, varinas e operários. Paralelamente ao binómio cidade-campo, surge a figura feminina, a da mulher citadina, frívola e calculista em confronto com a mulher campestre, doce e pura.

Cesário Verde é um dos precursores do modernismo em Portugal. Inventa uma nova poesia quer na forma quer no conteúdo. É um discurso poético de ruptura. O poeta, muito atento ao pormenor, capta as impressões e invoca a realidade. É a poesia do quotidiano, dos sentidos.

Outrora desprezado e ostracizado, o reconhecimento do seu valor literário só chega com a geração de Orpheu. Fernando Pessoa chama-lhe «mestre». É hoje reconhecido como um génio pelas suas composições, como «O sentimento dum ocidental», «Num bairro moderno», «Nós». Aceitemos o convite de Mário Cesariny e vamos «todos para casa ler Cesário Verde / que ainda há passeios ainda há poetas cá no país!»

Título: Fernando Rosas: A História Como Paixão
Diálogo com José Jorge Letria
N.º de Páginas: 160
PVP: 13,99€
Não Ficção/Biografia 
Nas livrarias a 19 de junho
Guerra e Paz Editores/O fio da memória

Fernando Rosas é o convidado de José Jorge Letria no próximo volume da colecção o fio da memória, publicada pela Guerra e Paz em parceria com a Sociedade Portuguesa de Autores: Fernando Rosas - A História como Paixão. 

Nascido em Lisboa, numa família com fortes tradições republicanas, Fernando Rosas empenhou-se no combate político desde muito jovem, o que implicou algumas prisões e a experiência da clandestinidade, acabando por se converter numa intensa e apaixonada carreira de investigação histórica, com destaque para a evolução dos regimes fascistas.

Co-fundador do Bloco de Esquerda, com Francisco Louçã, Miguel Portas e Luís Fazenda, candidato à Presidência da República em 2000, deputados durante oito anos, Fernando Rosas partilha as suas motivações intelectuais e políticas. Em diálogo com José Jorge Letria, recorda o avô Filipe Mendes, um militantes e dirigente republicano que muito lhe ensinou sobre os combates pela cidadania e pela liberdade, partilha a evolução do seu pensamento político e reconhece, na comemoração dos 200 anos do nascimento de Marx, que o pensamento do filósofo continua vivo, embora não deva ser entendido como uma bíblia.


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