Autor: Anabela Natário
Editor: Desassossego
Páginas: 304
Sinopse:
Cuidado com elas! São 23 mulheres, desde assassinas a vigaristas e gatunas. Uma desfez-se do marido, servindo-lhe um prato de arroz temperado com arsénio ao jantar. Outra, seguindo um plano mais elaborado, temperou um clister com a mesma intenção. Uma terceira ia buscar crianças para adotar e desfazia-se delas, asfixiando-as com uma tira de pano.
Menos violentas, mas não menos criminosas, são as larápias de mão leve, algumas verdadeiras figuras públicas, cujas aventuras nos dão a conhecer o Portugal de outros tempos. Mulheres Fora da Lei convida-nos a viajar pela vida das maiores criminosas dos últimos três séculos. E só o facto de já estarem todas enterradas no passado nos deixa alguma tranquilidade.
Sinopse:
Cuidado com elas! São 23 mulheres, desde assassinas a vigaristas e gatunas. Uma desfez-se do marido, servindo-lhe um prato de arroz temperado com arsénio ao jantar. Outra, seguindo um plano mais elaborado, temperou um clister com a mesma intenção. Uma terceira ia buscar crianças para adotar e desfazia-se delas, asfixiando-as com uma tira de pano.
Menos violentas, mas não menos criminosas, são as larápias de mão leve, algumas verdadeiras figuras públicas, cujas aventuras nos dão a conhecer o Portugal de outros tempos. Mulheres Fora da Lei convida-nos a viajar pela vida das maiores criminosas dos últimos três séculos. E só o facto de já estarem todas enterradas no passado nos deixa alguma tranquilidade.
A minha opinião:
Conheço Anabela Natário do livro O Assassino do Aqueduto, onde ela retratou, embora de forma ficcionada a história de Diogo Alves, o último condenado à morte em Portugal. Gostei da forma como a autora abordou o tema e da sua maneira de escrever, pelo que, quando o Expresso começou a publicar, semanalmente, a história de mulheres que cometeram crimes por cá, fui acompanhando muitas delas.
Desde que a editora Desassossego compilou estas 23 histórias, melhoradas pela autora, pensei logo que este livro não me ia escapar. Para além como eu que aprecia livros de não-ficção, biografias, sobre crimes, este comporta tudo isso.
São 23 as criminosas retratadas, desde o ano 1700 às primeiras décadas de 1900 e algumas deles são mesmo demoníacas. Mulheres que cometeram crimes bárbaros, muitas sem qualquer tipo de arrependimento, mas analisando o contexto em que muitos dos crimes foram cometidos até consigo aceitar alguns.
Temos de ver que muitas destas mulheres, na sua maioria pobres e vindo de família disfuncionais, sem quaisquer regras, eram violentadas pelos seus maridos. Sim, a maior parte socorria-se dos amantes para as ajudar a eliminar o marido, e é facilmente condenável se não estivermos a par do que se passava dentro de casa. Também é óbvio que, isso podia servir como atenuante nos dias de hoje (embora fossem condenadas na mesma), mas naquele tempo o facto de os maridos baterem nas mulheres era considerado normal.
Mas não é só de morte que faz delas criminosas. Muitas delas entraram no mundo do crime por roubos, muitos deles extraordinários, tornando-as bastante conhecidas do povo.
Mas a que mais me tocou por ter cometido um crime bárbaro só com o intuito de ganhar algum dinheiro foi Luísa de Jesus que terá matado 33 crianças. Esta mulher foi a última condenada à morte em Portugal e terá sido a única mulher serial killer que conhecemos.
Cada capítulo é composto por uma ficha da criminosa, da data em que aconteceu o crime e a quem foi perpetrado. Está feito cronologicamente, mas pode ser lido separadamente.
Esta é uma forma de conhecer as principais criminosas portuguesas, constatar que os crimes, apesar de na sua maioria realizado por homens, também ocorreram com mulheres. A maioria dos crimes de que estas mulheres são acusadas é o roubo, embora muitas delas tenham recorrido ao assassinato, sobretudo dos maridos como já referi em cima, e embora seja habitual (como aprendemos com Agatha Christie) as mulheres recorrerem sobretudo ao veneno para o fazerem, houve outras que foram bastante sanguinárias e não tiveram problemas nenhuns em desfazer-se do corpo, esquartejando-o.
Depois, há o outro lado da história. A forma como a justiça atuava nas mais variadas circunstâncias, resultando, na sua maioria, no degredo.
Ao contrário do seu primeiro livro que li, que era um romance, neste Anabela Natário quis apenas relatar os factos. Portanto, é um puro livro de não-ficção que se trata e que se lê de um acentada. De referir que algumas destas histórias tinham já servido de inspiração para diversos autores que pegaram nelas e escreveram um livro. É o caso de Camilo Castelo Branco cujo livro Maria! Não me Mates que sou tua Mãe!
Gostei muito.
Gostei muito.
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