quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Memórias Esquecidas - Jodi Picoult [Opinião]

Título: Memórias Esquecidas
Autor: Jodi Picoult
Editor: Civilização Editora
N.º de Páginas: 448

Sinopse:
Cativante e absorvente, Memórias Esquecidas é um livro sobre a natureza e o poder da memória. Explora o que acontece quando um passado do qual fugimos nos apanha - e quando as memórias que pensávamos esquecidas regressam para nos ameaçar.
Delia Hopkins foi criada na zona rural do New Hampshire pelo pai, viúvo há trinta anos. Delia tem uma filha pequena, um noivo atraente e uma cadela de busca que usa para procurar pessoas desaparecidas. Mas, enquanto planeia o seu casamento, descobre antigas fotografias que lhe vêm relembrar memórias esquecidas e passa a viver atormentada por flashbacks de uma vida que não se lembra de ter vivido. Chocada e confusa, Delia sente que tem de procurar a verdade entre estas memórias recentemente descobertas - mesmo que elas ameacem devastar a sua vida e a vida das pessoas que ela mais ama.

A minha opinião: 
Delia Hopkins é mãe de uma menina, noiva do seu eterno namorado e dona de uma cadela de busca por pessoas desaparecidas. A sua vida pacata, ao lado do pai, tem tudo para ser feliz. Mas sempre teve fascínio pela história passada do pai, cuja esposa e mãe de Delia morreu há 30 anos.

Até que um dia a polícia que lhe bate à porta e apresenta um mandado de detenção para o pai, que é fugitivo à justiça. O motivo: o rapto de Bethany Matthews.

Não é fácil falar deste livro sem relevar um pouco o mesmo. Isto porque Jodi vai, como é seu costume retratar temas polémicos como alienação parental, o misticismo à volta dos costumes índios, bruxaria mexicana, e alcoolismo, que surgirão ao longo do livro.

Quem é Bethany Matthews? Delia. 
A partir daqui vamos descobrindo o segredo que Andrew esconde há tanto tempo, que será a parte central do livro.
Delia vai descobrindo que a história da sua vida é tudo uma farsa,e terá de se confrontar com a realidade pura e dura: a sua mãe está viva.

"São precisas duas pessoas para fazer uma mentira funcionar: a que diz e o que acredita."

Andrew é preso e é transferido para o Arizona, levando toda a sua família consigo. Acusado do rapto de Delia, pede ao futuro genro que o defenda em tribunal. Ironia das ironias: Eric é um alcoólico e o álcool é o "culpado" de toda a situação pela qual Andrew está a passar.

"Sei melhor do que a maior parte das pessoas que um criminoso nem sempre é um bandido de blusão de cabedal negro com uma grande marca na testa para nos avisar que devemos afastar-nos. Os criminosos sentam-se ao lado no autocarro. Empacotam os nossos produtos da mercearia, levantam os nossos cheque de ordenado e ensinam os nossos filhos. São iguais a mim e a vocês. E é por isso que conseguem escapar."

Contada a várias vozes, sob o ponto de vista das diversas personagens, vamos constatando realidades completamente diferentes, vistas sobre prismas diferentes.

Delia vai finalmente conhecer a mãe, que julgava morta. Mas constata que esta não é nada como a imaginava.
Eric vai ter uma grande prova à sua frente. Advogado de formação, nunca teve um caso como este pela frente, já que o álcool acaba por destruir toda a sua carreira profissional. Terá neste caso que se dedicar com afinco e provar a todos que será um bom advogado e que tirará Andrew da prisão.
Há ainda uma outra pessoa, determinante na história, que é o melhor amigo do casal Delia e Eric. Um amigo de juventude que sempre esteve presente nos bons e nos maus momentos.
E depois, temos Andrew, que se vai dando a conhecer através da prisão. Um sítio duro, que com 60 anos terá de se adaptar a todas as situações provando ser um homem extremamente inteligente.

"É sempre mais fácil julgar uma pessoa do que descobrir o que poderá tê-la levado ao ponto de de fazer algo ilegal ou moralmente repreensível."

Este não foi o livro que mais gostei de Jodi. A história em si até tinha tudo para dar certo, com alguns toques de misticismo, mas a meio do livro acabei por achar uma leitura bastante arrastada e com muita "palha" à mistura. O livro já é antigo, mas vamo-nos dando conta que a fórmula é sempre a mesma: temas controversos, com uma história bonita pelo meio, que se prolonga por umas quinhentas páginas.

Gostei, mas não adorei.



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