quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Porto Editora - José Saramago - "Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas"

«Afinal, talvez ainda vá escrever outro livro. Uma velha preocupação minha (porquê nunca houve uma greve numa fábrica de armamento) deu pé a uma ideia complementar que, precisamente, permitirá o tratamento ficcional do tema.», escreveu José Saramago nas suas notas, em agosto de 2009. Esse livro, que ficaria por terminar, é Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas, que a Porto Editora publica a 23 de setembro. Com um título retirado de uma tragicomédia de Gil Vicente, este romance inacabado, protagonizado por Artur Paz Semedo, é uma reflexão sobre a violência que põe em relevo a fragilidade humana e social face às atrocidades da guerra.
Para a edição portuguesa contribuíram as ilustrações de um outro Nobel da Literatura, Günter Grass, e dois textos: Fernando Gómez Aguilera comenta e situa este romance (o seu «último fôlego narrativo») no contexto da sua obra, e Roberto Saviano apresenta-nos uma inquietação sobre o papel do Homem face à violência, a partir da «orquestra de revelações» que é esta história de Saramago.
A apresentação mundial de Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas terá lugar na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II, no dia 2 de outubro, às 18:30, num ato que se pretende de afirmação contra a guerra e a barbárie. Com a participação do Professor António Sampaio da Nóvoa, do juiz Baltasar Garzón e do escritor Roberto Saviano, a sessão será moderada pela jornalista Anabela Mota Ribeiro e, no seu decorrer, serão projetadas as ilustrações de Günter Grass que integram o livro.
Também este mês, mais precisamente a 19 de setembro, a Porto Editora reedita um dos romances de José Saramago mais lidos em todo o mundo, Memorial do Convento. José Mattoso foi o convidado para caligrafar a capa do título nesta nova edição.

Título: Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas
Págs.:
136
PVP: 15,50 €

Sinopse:
Aquando do seu falecimento, em 2010, José Saramago deixou escritas trinta páginas daquele que seria o seu próximo romance, trinta páginas onde estava já esboçado o fio argumental, perfilados os dois protagonistas e, sobretudo, colocadas as perguntas que interessavam à sua permanente e comprometida vocação de agitar consciências.
Saramago escreve a história de Artur Paz Semedo, um homem fascinado por peças de artilharia, empregado numa fábrica de armamento, que leva a cabo uma investigação na sua própria empresa, incitado pela ex-mulher, uma mulher com carácter, pacifista e inteligente. A evolução do pensamento do protagonista permite-nos refletir sobre o lado mais sujo da política internacional, um mundo de interesses ocultos que subjaz à maior parte dos conflitos bélicos do século xx.

Título: Memorial do Convento
Págs.:
400
PVP: 16,60 €
Caligrafia da capa: José Mattoso

Sinopse:
«Um romance histórico inovador. Personagem principal, o Convento de Mafra. O escritor aparta-se da descrição engessada, privilegiando a caracterização de uma época. Segue o estilo: "Era uma vez um rei que fez promessas de levantar um convento em Mafra... Era uma vez a gente que construiu esse convento... Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes... Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido". Tudo, "era uma vez...". Logo a começar por D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quarto de sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa a até hoje ainda não emprenhou (...). Depois, a sobressair, essa espantosa personagem, Blimunda, ao encontro de Baltasar. Milhares de léguas andou Blimundo, e o romance correu mundo, na escrita e na ópera (numa adaptação do compositor italiano Azio Corghi).
Para a nossa memória ficam essas duas personagens inesquecíveis, um Sete Sóis e o outro Sete Luas, a passearem o seu amor pelo Portugal violento e inquisitorial dos tristes tempos do rei D. João V.»
(Diário de Notícias, 9 de outubro de 1998)

Sobre o autor:
Autor de mais de 40 títulos, José Saramago nasceu em 1922, na aldeia de Azinhaga. Até 2010, ano da sua morte, a 18 de junho, em Lanzarote, José Saramago construiu uma obra incontornável na literatura portuguesa e universal, com títulos que vão de Memorial do Convento a Caim, passando por O Ano da Morte de Ricardo Reis, O Evangelho segundo Jesus Cristo, Ensaio sobre a Cegueira, Todos os Nomes ou A Viagem do Elefante, obras traduzidas em todo o mundo.
José Saramago recebeu o Prémio Camões em 1995 e o Prémio Nobel da Literatura em 1998.


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