quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A Rainha da Neve - Michael Cunningham [Opinião]

Título: A Rainha da Neve
Autor: Michael Cunningham
Coleção: «Gradiva», n.º 152
N.º de Páginas: 284
PVP: €14,00

Este romance luminoso começa com uma visão. A partir dela, seguiremos o protagonista num percurso torturado e incerto. Michael Cunningham, com a sua prosa subtil e lúcida, demonstra uma profunda empatia pelas personagens e uma compreensão singular do que constitui o âmago da alma humana. «A Rainha da Neve» é uma obra bela e comovente, cómica e trágica, que vem reafirmar o autor como um dos maiores romancistas da sua geração.

A minha opinião: 
Conheço Michael Cunningham apenas de As Horas, um dos melhores livros, e já agora filmes, que li/vi até agora. E, como tal, estava com grandes expectativas em relação ao novo livro do autor publicado em Portugal, A Rainha da Neve.

Mais uma vez, Michael Cunningham é exímio em criar personagens com conteúdo psicológico intenso, fortes mas ao mesmo tempo frágeis, com vidas complicadas.

O livro começa com a visão de uma luz celestial, no Central Park, Nova Iorque, num dia de inverno, em 2004. Quem a vê é o protagonista, Barrett, e essa visão vai deixá-lo, de certa forma, incomodado. Fragilizado pelo fim de mais uma relação, Barrett, tenta seguir caminho, apesar da péssima fase que está a atravessar. As suas relações nunca terminam da melhor maneira e a pessoa que ama parece-lhe sempre inalcansável.

Por outro lado, Tyler, o seu irmão, vive momentos dramáticos com a doença da sua noiva. Beth sofre de cancro em fase terminal.

O que há partida poderia revelar que os irmão Meets eram bafejados pela sorte, já que um tem talento musical nato e outro uma cultura acumulada ao longo dos seus 40 anos (formado em Yale e leitor compulsivo), é completamente falso. Barrett apenas conseguiu um trabalho numa loja e Tyler trabalha num bar à noite acrescentando que é dependente de drogas.



Apesar de não ter criado empatia, em nenhuma altura do livro com alguma das personagens, tenho de admitir que Cunningham oferece ao leitor uma leitura complexa, forte em relações humanas.

Curiosamente o título A Rainha da Neve foi inspirado no conto de Hans Christian Andersen homónimo, que foi uma das minhas leituras referência de quando era mais nova.



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