Título: Deixa Dormir o Diabo
Autor: John Verdon
Tradução: José Lima Ferreira
Págs.: 480
Capa: mole
PVP: 16,60 €
Sinopse:
David Gurney, um ex-detetive da Polícia de Nova Iorque, aceita
encontrar-se com uma jovem que está a realizar um documentário sobre o
Bom Pastor. Uma década atrás, uma série de assassinatos fizeram deste
serial killer notícia de primeira página. Mas os crimes pararam, sem que
ninguém tenha percebido porquê. Para o FBI este era um caso arquivado,
até que Gurney descobre elementos que a investigação inicial tinha
desprezado e arrisca a própria vida para encontrar o Bom Pastor,
transformando-se no próximo alvo do assassino.
Dave Gurney sabe que está perante um homem perigoso e inteligente … um diabo que despertou.
A minha opinião:
Estreei-me com John Verdon no livro Pensa num Número (opinião aqui), que não me impressionou por aí além. No entanto, fiquei curiosa com a sinopse deste seu novo livro e decidi arriscar. Em boa hora o fiz porque este livro é muito bom.
Verdon pega num assassino em série, que matou seis pessoas há 10 anos, e trá-lo novamente para a realidade actual. Com o objectivo de ajudar uma jovem num documentário sobre os assassinatos do Bom Pastor, David Gurney, um ex-detective da Polícia de Nova Iorque, acaba por se envolver mais do que queria inicialmente na investigação de uma assassino que nunca foi descoberto.
David Gurney é uma personagem com uma certa complexidade. Depois de uma vida cheia de aventuras, onde foi considerado um super polícia, o ex-detective vive na monotonia, em depressão, depois de ter sido ferido em serviço e acabado por se aposentar.
Confesso não criei imediatamente empatia por ele, talvez por no início se ter tornado numa personagem apática, que se esquecia de coisas básicas. No entanto, com o desenrolar da história e da investigação iniciada por uma jovem, Kim, perguntei-me várias vezes porque é que se retirou daquilo que sabe fazer melhor: apanhar assassinos.
Com a investigação em andamento, depressa Gurney como Kim se tornam de descobridores da verdade a possíveis alvos a abater. São escutas e estranhas gotas de sangue que aparecem em casa de Kim, até ao fogo no celeiro e cartas ameaçadoras... tudo passa por ambos, mas não os leva a desistir.
Tudo isso fez com que todos os momentos livres que tive fossem dedicados a desvendar o mistério que estava por detrás do Bom Pastor. Gostei da lógica estabelecida por David até chegar ao assassino, embora só descobrisse quem era bem no final do livro.
Verdon, além de criar um detective bastante "real", imprimiu-lhe vida pessoal, coisa que valorizo num policial/trhiller. A par da investigação é-nos dado a conhecer a vida pessoal do protagonista, a sua mulher, um grande apoio, o seu filho um pouco esquecido durante grande parte da sua vida, mas que passa a ter uma papel importante agora, o facto de ser um pouco esquecido em relação a questões domésticas e pessoais, mas bastante atento a tudo o que se passa a nível da investigação.
Em suma, um livro muito bem escrito, com muita acção e bem planeado. Bem melhor que o primeiro.
Recomendo.
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