O jornalista Paulo Pena conta-nos
os bastidores desta guerra de poder e como alguns dos banqueiros que
marcaram a última década, aos comandos do sistema bancário nacional,
estão agora acusados pela Justiça. Alguns caíram em desgraça, outros
lutam pela sobrevivência
Sinopse:
«Hoje,
enquanto escrevo, em fevereiro de 2014, é sem surpresa que se continuam
a anunciar prejuízos na banca. O BCP lidera a lista, com 740 milhões,
perdidos em 2013. Atrás vêm a Caixa Geral de Depósitos (-575,8 milhões
de euros), o BES (-517,6 milhões de euros) e o Banif (-470,3 milhões). A
LUSA fez as contas: a banca portuguesa perdeu 4,56 milhões de euros por
dia, todos os dias, em 2013. Apenas o BPI e o luso-espanhol
Santander-Totta registaram lucros. Os bancos portugueses tornaram-se
zombies. Incapazes de cumprir o seu papel - fornecer crédito à economia -
são um peso para o Estado, que os suporta, direta ou indiretamente, com
o dinheiro dos contribuintes, ou com recursos que deixaram de ser
canalizados para a atividade produtiva.»
Baseado
numa investigação inédita, Jogos de Poder conta a verdadeira história
da crise bancária portuguesa. Ao longo dos últimos anos, a banca
portuguesa apostou tudo no setor da construção e no imobiliário, e viveu
dos negócios garantidos pelo Estado. Com o crash de Wall Street em 2009
e os seus efeitos devastadores numa Europa sem poder de reação, o
sistema financeiro nacional foi incapaz de enfrentar a crise anunciada.
Quando o crédito se tornou escasso e a confiança caiu a pique, no limiar
da falência, os bancos não tiveram outra solução senão serem
resgatados.
O
número é impressionante: o financiamento do Banco Central Europeu aos
bancos portugueses, no valor de 50 mil milhões de euros, em 2013 é a
fonte mais significativa da sua liquidez. Sem a ajuda do Estado o que
aconteceria aos bancos? Como chegámos até aqui? O jornalista Paulo Pena
conta-nos os bastidores desta guerra de poder e como alguns dos
banqueiros que marcaram a última década, aos comandos do sistema
bancário nacional, estão agora acusados pela Justiça. Alguns caíram em
desgraça, outros lutam pela sobrevivência. Da luta pelo controlo do
Banco Comercial Português aos off-shores do Banco Privado Português, das
fintas do Banco Português de Negócios aos reguladores, à promiscuidade
entre política e negócios. Dos empréstimos ruinosos da Caixa Geral de
Depósitos a acionistas de outros bancos, aos negócios do Banco Espírito
Santo. De Lisboa a Reiquiavique, Islândia, passando por Bruxelas e
Frankfurt, este é o relato de uma crise sem fim à vista. A nossa.
Sobre o autor:
Paulo
Pena nasceu nas vésperas do 25 de Abril e é jornalista. Estudou na
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, em Lisboa, e no Committeee of
Concerned Journalists, em Washington DC. É grande-repórter do Público e
integrou, nos últimos 15 anos, a redação da revista Visão, onde foi
editor de Política. É coautor do livro Grandes Planos – A Oposição
Estudantil à Ditadura 1956-1974 (Ed. Âncora, 2001). Recebeu, entre
outros, o Prémio Gazeta Revelação (2001), o Prémio de Jornalismo
Económico Universidade Nova-Santander (2006) e o Prémio de Reportagem
Cáceres Monteiro (2012).
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