Título: A Aposta da Rainha
Autor: Barbara Kyle
N.º de Páginas: 432
PVP: 19,95 €
O esperado quarto livro da aclamada série Thornleigh, vai voltar a
transportar o leitor à intrigante Inglaterra dos Tudor, durante o
reinado de Maria I, a rainha sanguinária, revelando mais uma vez
informações históricas sobre este conturbado período da história
europeia.
Tendo como pano de fundo uma corte exuberante e vibrante com personagens
inesquecíveis e figuras históricas, é uma história de coragem, ambição,
paixão e o preço muito alto da lealdade.
Barbara Kyle consegue de
forma magistral mostrarnos a verdadeira História da Inglaterra de meados
do século XVI, através das vidas de duas famílias, a Thornleigh, que
apoia a princesa Isabel, e a Greenville, apoiante da rainha Maria.
Depois
de A Aia da Rainha, A Filha do Rei e A Rainha Cativa, a autora mergulha
o leitor na Londres quinhentista, uma época dominada por reformas
religiosas, uniões por conveniência e jogos de bastidores. É também
sobre este pano de fundo que se desenrola a história de A Aposta da
Rainha. Rico em detalhes, este quarto volume da série não poupa o leitor
a imagens impressionantes, de uma época pródiga em episódios e
personagens fascinantes.
A minha opinião:
Barbara Kyle é uma excelente contadora de estórias e de História. Já o tinha constatado no primeiro livro da série Thornleigh, A Aia da Rainha, e comprovei-o agora com o último volume da série.
Se no primeiro livro (e só posso falar dele porque foi o único que li da série antes deste), Kyle centra a sua história na personagem de Honor e no tempo de Catarina de Aragão, neste último volume traz à cena novamente Honor, mas a personagem principal é a sua filha Isabel. O tempo também é outro e bastante conturbado. Depois da morte da meia-irmã Maria (a rainha sanguinária), Isabel Tudor, 25 anos, herda o trono inglês. Encontra-o à beira da ruína e com a população bastante dividida entre o catolicismo e o protestantismo. Protestante convicta, Isabel Tudor transforma-se num alvo a abater por parte da sua prima, Maria I, rainha da Escócia, católica.
É neste cenário que Isabel Valverde, filha de Honor, se vai deparar quando regressa a Inglaterra vinda do Novo Mundo, o Peru. Depois de 5 anos fora e temendo pela vida da mãe, Isabel regressa com o filho e o marido espanhol. Desde logo causa estranheza o facto de Isabel trazer consigo um crucifixo. E somando o facto do seu marido ser espanhol e, portanto, católico, faz com que Isabel não seja vista com bons olhos por parte da populaça.
No entanto, o que Isabel quer é ter a certeza que a sua mãe se encontra bem e tira-la do conflito existente entre das duas primas. Porém, fiel à rainha, Honor não pretende sair do país. Mas Isabel também não pretende deixar a sua mãe naquele conflito, acabando por se aliar, também ela, à rainha de Inglaterra.
Ao mesmo tempo, Carlos, o seu marido, com o intuito de alcançar um cargo maior no Peru, alia-se aos franceses e a favor da Escócia.
Interesses opostos, mas amando-se sempre, Isabel e Carlos vão sofrer muitos reveses, ter muitas aventuras, o que torna o livro ainda mais interessante. Num instante estamos no campo de batalha inglês, como depressa passamos para a outra facção e estamos com os franceses, o que faz com que torcemos pelos dois lados da batalha, em benefício dos dois, embora que em alturas diferentes.
A personagem de Frances, cunhada de Isabel e Adam o seu irmão, são também importantes para a narrativa enriquecendo ainda mais a história. O facto de Frances ser católica e ser oriunda de uma família inimiga dos Thornleigh cria desconfianças no seio da família, colocando a maior parte das vezes Frances como uma inimiga.
Este último volume da saga fez-me querer ler os livros intermédios (2 e 3) para descobrir como evoluíram as personagens principais ao longo dos anos, assim também como a História que vai desde Catarina de Aragão a Isabel I, filha ilegítima de Ana Bolena.
A quem gosta de História, contada de uma forma leve, recomendo.
Excerto:
"Protestantes. Católicos. Nunca me habituarei a que pessoas se matem umas às outras por causa da melhor maneira de alcançar outro destino imaginado, chamado céu."
Opinião aqui
2 comentários:
Gostei imenso de ler a tua opinião. Só fiquei com uma dúvida:
a narrativa centra-se mais nas personagens fictícias ou nas reais?
Ah já agora, não me leves a mal, mas encontrei um erro no texto: "Protestante convicta, Isabel de Aragão transforma-se num alvo a abater (...)". Não é Isabel de Aragão, mas sim Tudor ;)
Beijinhos e continuação de boas leituras**
Centra-se um pouco mais nas personagens fictícias. No fundo a história anda à volta das personagens fictícias, mas a autora nunca deixa de mencionar os factos reais lá pelo meio. É como se as personagens estivesse a viver naquela época e elas próprias fossem protagnonistas das "guerras" entre as duas rainhas.
Obrigada pelo reparo do erro. Não levo nada a mal e até agradeço que o façam. Entretanto já emendei ;)
Beijinhos e boas leituras,
MM
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