sábado, 23 de março de 2013

Amuleto - Roberto Bolaño [Opinião]

Título: Amuleto
Autor:
Roberto Bolaño
Género: Romance
Tradução: Cristina Rodriguez e Artur Guerra
N.º de páginas: 144
PVP: 15,50 €

A voz arrebatadora de Auxilio Lacouture narra um crime atroz e longínquo, que só virá a ser desvelado nas últimas páginas deste romance – no qual, de resto, não escasseiam crimes, sejam eles os dos quotidiano, ou os da formação do gosto.
Uruguaia de meia-idade, alta e magra como Dom Quixote, Auxilio ficou escondida na casa de banho das mulheres, enquanto a polícia ocupava, de forma brutal, a Faculdade de Filosofia e Letras da Cidade do México, em 1968. Durante os dias que aí permaneceu, os lavabos converteram-se num túnel do tempo, que lhe permitiu rememorar os anos vividos no México e antever os que estavam por vir.
Neste exercício evoca a poeta Lilian Serpas, que foi para a cama com Che, e o seu desafortunado filho; os poetas espanhóis León Filipe e Pedro Garfias, a quem Auxilio serviu voluntariamente como empregada doméstica; a pintora catalã Remedios Varo e a sua legião de gatos; o rei dos homossexuais da colónia Guerrero e o seu reino de terror; Arturo Belano, uma das personagens centrais de Os Detetives Selvagens; e a derradeira imagem de um assassínio esquecido.


A minha opinião:
Este é a minha estreia em Roberto Bolaño e fiquei surpreendida com a qualidade da narrativa.

Neste pequeno livro Bolaño conta a história pelos cinco sentidos de Auxilio Lacouture, uma Uruguaia que vive no México e que ficou retida na casa de banho de Faculdade de Filosofia e Letras da Cidade do México, em 1968. Mas, contrariamente ao que pensava, a invasão do exército àquele local, não é o principal do livro, ou melhor, não é aqui tão bem explorado como estava à espera. O fundamental é a convivência desta mulher culta, de meia-idade, com os grandes nomes da cultura mexicana, como Lilian Serpas, poetisa e jornalista, dos poetas León Filipe e Pedro Garfias, entre outros.

Gostei de conhecer Auxilio Lacouture, a mãe de todos os poetas, naquela que é uma homenagem a todos os artistas mexicanos, ou que escolheram o México como país de acolhimento, quer seja para se refugiar contra um país opressor, como Espanha, quer para conviver com a cultura daquela época. 


Por diversos momentos transportei-me para o México de 68 e desejei conhecer e conviver com todos aqueles nomes, que viriam a ficar na história.

2 comentários:

Morrighan disse...

Gostei muito da tua opinião :)) Comecei a lê-lo ontem e estou a gostar imenso. A sentir o mesmo que tu. Eheheh.

Ah e também é a minha estreia no autor! Gosto da escrita dele. Parece que se dirige directamente ao leitor transportando-nos para aquela altura. Muito bom.

Maria Manuel Magalhães disse...

Também gostei e certamente que irei ler mais livros do autor.

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