Título:
Amuleto
Autor: Roberto Bolaño
Género:
Romance
Tradução: Cristina Rodriguez e Artur
Guerra
N.º de páginas: 144
PVP: 15,50 €
A voz arrebatadora de Auxilio Lacouture
narra um crime atroz e longínquo, que só virá a ser desvelado nas
últimas páginas deste romance – no qual, de resto, não
escasseiam crimes, sejam eles os dos quotidiano, ou os da formação
do gosto.
Uruguaia de meia-idade, alta e magra como Dom Quixote,
Auxilio ficou escondida na casa de banho das mulheres, enquanto a
polícia ocupava, de forma brutal, a Faculdade de Filosofia e Letras
da Cidade do México, em 1968. Durante os dias que aí permaneceu, os
lavabos converteram-se num túnel do tempo, que lhe permitiu
rememorar os anos vividos no México e antever os que estavam por
vir.
Neste exercício evoca a poeta Lilian Serpas, que foi para a
cama com Che, e o seu desafortunado filho; os poetas espanhóis León
Filipe e Pedro Garfias, a quem Auxilio serviu voluntariamente como
empregada doméstica; a pintora catalã Remedios Varo e a sua legião
de gatos; o rei dos homossexuais da colónia Guerrero e o seu reino
de terror; Arturo Belano, uma das personagens centrais de Os
Detetives Selvagens; e a derradeira imagem de um assassínio
esquecido.
A minha opinião:
Este é a minha estreia em Roberto Bolaño e fiquei surpreendida com a qualidade da narrativa.
Neste pequeno livro Bolaño conta a história pelos cinco sentidos de Auxilio Lacouture, uma Uruguaia que vive no México e que ficou retida na casa de banho de Faculdade de Filosofia e Letras da Cidade do México, em 1968. Mas, contrariamente ao que pensava, a invasão do exército àquele local, não é o principal do livro, ou melhor, não é aqui tão bem explorado como estava à espera. O fundamental é a convivência desta mulher culta, de meia-idade, com os grandes nomes da cultura mexicana, como Lilian Serpas, poetisa e jornalista, dos poetas León Filipe e Pedro Garfias, entre outros.
Gostei de conhecer Auxilio Lacouture, a mãe de todos os poetas, naquela que é uma homenagem a todos os artistas mexicanos, ou que escolheram o México como país de acolhimento, quer seja para se refugiar contra um país opressor, como Espanha, quer para conviver com a cultura daquela época.
Por diversos momentos transportei-me para o México de 68 e desejei conhecer e conviver com todos aqueles nomes, que viriam a ficar na história.
2 comentários:
Gostei muito da tua opinião :)) Comecei a lê-lo ontem e estou a gostar imenso. A sentir o mesmo que tu. Eheheh.
Ah e também é a minha estreia no autor! Gosto da escrita dele. Parece que se dirige directamente ao leitor transportando-nos para aquela altura. Muito bom.
Também gostei e certamente que irei ler mais livros do autor.
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