Autor: Deana Barroqueiro
Editor: Casa das Letras
Sinopse:
Fernão Mendes Pinto é o exemplo vivo
do aventureiro português do século XVI, que embarcava para o
Oriente com o fito de enriquecer. Curioso, inteligente, ardiloso e
hábil, capaz de todas as manhas para sobreviver, vai tornar-se num
homem dos sete ofícios, sendo embaixador, mercador, médico,
mercenário, marinheiro, descobridor e corsário dos sete mares -
Roxo, da Arábia, Samatra, China, Japão, Java e Sião - por onde,
durante vinte anos, navegou e naufragou, ganhou e perdeu verdadeiros
tesouros, fez-se senhor e escravo, amou e foi amado, temido e odiado.
Herói polémico e marginalizado, Fernão participa em campanhas de
paz e guerra, da Etiópia à China, sendo também um dos primeiros
portugueses a visitar o Japão, onde introduz os mosquetes ali
desconhecidos e fica nas crónicas locais como o noivo do primeiro
matrimónio de uma japonesa com um ocidental. Através de Fernão
Mendes Pinto e dos testemunhos das personagens com quem se cruza, na
sua peregrinação pelo Oriente longínquo, a autora faz ainda a
narrativa dos principais episódios da grande saga dos Descobrimentos
Portugueses, como as conquistas de Goa e Malaca, o heróico cerco de
Diu ou as campanhas do Preste João na Etiópia. Em sete mares se
divide o romance, por onde o leitor, na pele das personagens, fará
uma intrigante viagem no Tempo, ao encontro de si próprio e de
mundos e povos antigos, tão diferentes e ao mesmo tempo tão
semelhantes, uma peregrinação na busca incessante de fortuna,
encarnada na demanda da mítica Ilha do Ouro.
A minha opinião:
Além de histórico, este novo livro de Deana Barroqueiro, O Corsário dos Sete Mares é um livro de aventuras. O retratado: Fernão Mendes Pinto, nas suas longas aventuras pelo Oriente.
É já sabido que sou fã confessa da obra de Deana Barroqueiro e todas as vezes que leio um novo livro me surpreendo pela positiva. A autora tem o condão de fazer com que fiquemos cativos à leitura das suas palavras quase como uma dependência. Consegue fazer de um livro que poderia tornar-se chato, para uma grande maioria, um autêntico prazer, cheio de aventuras pelo meio, tornando a já de si tão rica personagem com ainda mais encantamento.
Gostei de conhecer um Fernão Mendes Pinto humano, mas também aventureiro e destemido, muitas vezes perto de ser condenado à morte pelos mais diferentes motivos, nos mais variados países pelos quais passou, mas conseguindo safar-se sempre. Um português de mérito que tem vindo a ser esquecido.
O Corsário dos Sete Mares relata a primeira década dos 20 anos que Fernão andou pelo Oriente, relatando os vários locais pode onde esteve e as diferentes culturas como se ainda vivêssemos no tempo dos descobrimentos. Os relatos sanguinários e muitas vezes chocantes de que “padeciam” a maior parte dos prisioneiros dessas paragens podem chocar o leitor mais sensível, mas criam um realismo ainda maior do que se passava na época.
Dividido por sete grandes capítulos (assim como os sete mares) marcando o espaço e tempo em que eles ocorreram, numa investigação concisa a que já habituou os seus leitores, a obra ainda é recheada de provérbios seculares, assim como excertos das épocas retratadas, que enriquece sobremaneira o romance.
Excelente.
“Se quiseres conhecer um cavalo monta-o; se quiseres conhecer uma pessoa, convive com ela.” - Japonês
2 comentários:
Muito obrigada pela sua crítica tão elogiosa e pelo interesse pelas minhas obras, que acompanha há já alguns anos. São pessoas como a Maria Manuel que me compensam dos três anos de intenso trabalho de pesquisa e de escrita que este livro me levou. Bem haja.
Deana elogiosas palavras são as suas. E eu é que tenho de agradecer por me proporcionar sempre tão agradável leitura. Venha o próximo :)
Enviar um comentário