quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O Corsário dos Sete Mares - Deana Barroqueiro [Opinião]

Título: O Corsário dos Sete Mares
Autor:
Deana Barroqueiro
Editor: Casa das Letras


Sinopse:
Fernão Mendes Pinto é o exemplo vivo do aventureiro português do século XVI, que embarcava para o Oriente com o fito de enriquecer. Curioso, inteligente, ardiloso e hábil, capaz de todas as manhas para sobreviver, vai tornar-se num homem dos sete ofícios, sendo embaixador, mercador, médico, mercenário, marinheiro, descobridor e corsário dos sete mares - Roxo, da Arábia, Samatra, China, Japão, Java e Sião - por onde, durante vinte anos, navegou e naufragou, ganhou e perdeu verdadeiros tesouros, fez-se senhor e escravo, amou e foi amado, temido e odiado. Herói polémico e marginalizado, Fernão participa em campanhas de paz e guerra, da Etiópia à China, sendo também um dos primeiros portugueses a visitar o Japão, onde introduz os mosquetes ali desconhecidos e fica nas crónicas locais como o noivo do primeiro matrimónio de uma japonesa com um ocidental. Através de Fernão Mendes Pinto e dos testemunhos das personagens com quem se cruza, na sua peregrinação pelo Oriente longínquo, a autora faz ainda a narrativa dos principais episódios da grande saga dos Descobrimentos Portugueses, como as conquistas de Goa e Malaca, o heróico cerco de Diu ou as campanhas do Preste João na Etiópia. Em sete mares se divide o romance, por onde o leitor, na pele das personagens, fará uma intrigante viagem no Tempo, ao encontro de si próprio e de mundos e povos antigos, tão diferentes e ao mesmo tempo tão semelhantes, uma peregrinação na busca incessante de fortuna, encarnada na demanda da mítica Ilha do Ouro.

A minha opinião:

Além de histórico, este novo livro de Deana Barroqueiro, O Corsário dos Sete Mares é um livro de aventuras. O retratado: Fernão Mendes Pinto, nas suas longas aventuras pelo Oriente.

É já sabido que sou fã confessa da obra de Deana Barroqueiro e todas as vezes que leio um novo livro me surpreendo pela positiva. A autora tem o condão de fazer com que fiquemos cativos à leitura das suas palavras quase como uma dependência. Consegue fazer de um livro que poderia tornar-se chato, para uma grande maioria, um autêntico prazer, cheio de aventuras pelo meio, tornando a já de si tão rica personagem com ainda mais encantamento.

Gostei de conhecer um Fernão Mendes Pinto humano, mas também aventureiro e destemido, muitas vezes perto de ser condenado à morte pelos mais diferentes motivos, nos mais variados países pelos quais passou, mas conseguindo safar-se sempre. Um português de mérito que tem vindo a ser esquecido. 


O Corsário dos Sete Mares relata a primeira década dos 20 anos que Fernão andou pelo Oriente, relatando os vários locais pode onde esteve e as diferentes culturas como se ainda vivêssemos no tempo dos descobrimentos. Os relatos sanguinários e muitas vezes chocantes de que “padeciam” a maior parte dos prisioneiros dessas paragens podem chocar o leitor mais sensível, mas criam um realismo ainda maior do que se passava na época.

Dividido por sete grandes capítulos (assim como os sete mares) marcando o espaço e tempo em que eles ocorreram, numa investigação concisa a que já habituou os seus leitores, a obra ainda é recheada de provérbios seculares, assim como excertos das épocas retratadas, que enriquece sobremaneira o romance.

Excelente.

“Se quiseres conhecer um cavalo monta-o; se quiseres conhecer uma pessoa, convive com ela.” - Japonês

 

2 comentários:

DEANA BARROQUEIRO disse...

Muito obrigada pela sua crítica tão elogiosa e pelo interesse pelas minhas obras, que acompanha há já alguns anos. São pessoas como a Maria Manuel que me compensam dos três anos de intenso trabalho de pesquisa e de escrita que este livro me levou. Bem haja.

Maria Manuel Magalhães disse...

Deana elogiosas palavras são as suas. E eu é que tenho de agradecer por me proporcionar sempre tão agradável leitura. Venha o próximo :)

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