quarta-feira, 30 de maio de 2012

Assírio & Alvim - A melhor poesia e a melhor ficção nacional


Dando corpo ao seu empenho em promover e divulgar a melhor literatura nacional, a Assírio & Alvim apresenta mais três livros marcantes, já disponíveis nas livrarias.
Apesar do seu desaparecimento prematuro, Daniel Faria deixou uma marca indelével na poesia portuguesa do século xx, conquistando inúmeros leitores. A sua Poesia regressa agora aos escaparates com treze poemas inéditos, em edição encadernada.
Armando Silva Carvalho surpreende-nos mais uma vez com De Amore, um livro de grande beleza e especial fulgor poético onde o amor, a perda, a paixão, a humanidade e o rumor do mundo assumem um lugar central.
Finalmente, a publicação da Obra de Fernando Assis Pacheco no catálogo da Assírio & Alvim prossegue a bom ritmo com a edição do admirável Trabalhos e Paixões de Benito Prada.
Para terminar, merece destaque o trabalho em curso no sentido de se reeditarem diversos livros há muito esgotados. Já nas livrarias voltam a estar as Quadras de Fernando Pessoa, as Viagens de Marco Polo, as Parábolas e Fragmentos de Franz Kafka e O Jogo das Nuvens de Goethe.

Título: Poesia
Autor: Daniel Faria
N.º de Páginas: 464
PVP: 22€
Edição encadernada

O presente volume reúne toda a poesia de Daniel Faria e dá a conhecer treze poemas inéditos. A edição é de Vera Vouga, professora do poeta que acompanhou os seus primeiros passos literários. Este livro é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura: Ensino Secundário — sugestões para leitura autónoma.

Trago os instrumentos do fogo
Ponho-os na boca
Ponho-os no coração

Trago os instrumentos da respiração
— Uma montanha, uma árvore que lhe dá abrigo —
E suspendo-os nos ramos como pinhas que dão sombra
Um lugar fresco para os deportados de Sião nas margens

Trouxe também os instrumentos dos mineiros
Uma luz na cabeça voltada para o pensamento
Um olhar profundo
O modo prisioneiro de virem livremente para fora

E trago todos os instrumentos na circulação do sangue e na ocupação
[ permanente
Das mãos
Para o instrumento difícil
Do silêncio

Sobre o autor:
Daniel Faria nasceu em Baltar, Paredes, em 1971. Frequentou o curso de Teologia na Universidade Católica Portuguesa, no Porto, obtendo a licenciatura em 1996. O gosto pela poesia e pela expressão poética levou-o a obter uma segunda licenciatura, em Estudos Portugueses, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Faleceu em 1999, com apenas 33 anos, quando estava prestes a concluir o noviciado no Mosteiro Beneditino de Singeverga. Deixou-nos, apesar do seu desaparecimento prematuro, um notável legado poético.

Título: De Amore
Autor: Armando Silva Carvalho
N.º de Páginas: 80
PVP: 10€

Depois do brilhante Anthero, Areia & Água, distinguido com o Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes 2010, surge agora De Amore. Sobre o autor escreveu António Carlos Cortez no Jornal de Letras: «Armando Silva Carvalho é uma das vozes poéticas mais impressionantes da atualidade […].».  
A capa é da pintora Ilda David’. 

Dado que tudo se chama dia e noite, é por aí que devemos começar, escreveu Agustina.
O que fica aqui dos amorosos, lembrados ou surgidos no discursar do invento, será sempre a imagem dos dois lados inseparáveis, ignotos.
Mas persistem os pensamentos deliberadamente angustiados — para que não morra o espírito por falta de bulha e desespero — disse ainda a grande senhora do Norte.

Sobre o autor: 
Armando Silva Carvalho nasceu em Olho Marinho (Óbidos), em 1938. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, exerceu advocacia por pouco tempo, optando pelo jornalismo, ensino secundário, publicidade e tradução.
Revelou-se como poeta em 1965 com Lírica Consumível, que ganhou o Prémio de Revelação da APE. Publicou a seguir em poesia O Comércio dos Nervos (1968), Os Ovos d’Oiro (1969), Antologia Poética (1976), Eu Era desta Areia (1977), Armas Brancas (1977), Técnicas de Engate (1979), Sentimento dum Acidental (1981), Alexandre Bissexto (1983), Canis Dei (1995), Prémio Pen Clube ex-aequo, Obra Poética (1998), Lisboas (2000), Prémio Luís Miguel Nava, Três Vezes Deus (em colaboração com Ana Marques Gastão e António Rego Chaves) (2001), Sol a Sol (2005), O Que Foi Passado a Limpo (obra poética) (2007), O Amante Japonês (2008), Grande Prémio de Poesia APE/CTT, Anthero, Areia & Água (2010), Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes 2010, De Amore (2012). Em prosa: O Alicate (1972), O Uso e o Abuso (1976), Portuguex (1977), A Vingança de Maria de Noronha, menção honrosa do Prémio Cidade de Lisboa, Em Nome da Mãe (1994), O Homem que Sabia a Mar (2001), Prémio Fernando Namora, O Menino ao Colo. Momentos, Falas, Lugares do Sublime Santo António (2003), Elena e as Mãos dos Homens (2004), O Livro do Meio (com Maria Velho da Costa — 2006).

Título: Trabalhos e Paixões de Benito Prada
Autor: Fernando Assis Pacheco
N.º de Páginas: 240
PVP: 14€
Edição Brochada

Benito Prada vem para Portugal ganhar a vida, deixando para trás os seus trabalhos e paixões: a casa pobre, o pai afiador, as poucas letras aprendidas na Meiga de Ventosela. Sendo uma obra de ficção não deixa de abordar acontecimentos históricos da primeira metade do século xx, como a visita de Franco à Universidade de Coimbra para receber o título de doutor honoris causa em Direito. Um livro vibrante com capa da artista plástica Bárbara Assis Pacheco

Os «sórdidos galegos, duro bando», de que falava Camões, encontraram o cronista ideal. Torcato Sepúlveda

Afiador de vidas. Rogério Rodrigues

Num tempo de romances pálidos, anémicos, o romance de Assis Pacheco é uma labareda, saga ardente, acelera o coração, dá um nó nas tripas do leitor. Bem haja!, como dizem os de Coimbra. Jorge Amado

Sobre o autor:
Nasceu em 1937 em Lisboa. Em discurso direto: «Sou o Fernando Assis Pacheco, 41 anos, um pasmado sem cura. Tudo me espanta, gramo a vida, quero morrer mais lá para o Verão». Às perguntas «Consideras-te deprimido, introvertido, extrovertido, calmo, fogoso? A que signo pertences? Dás-lhes importância?», Assis responde: «A partir do fim: sou Aquário, mas não ligo peva. Sou todos os adjectivos da pergunta, mas também sou inteligente, esquizóide, reinadio, arrebatado, ponderado e extravagante, embora à vez, para não chatear o indígena». Morreu em 1995, aos 58 anos, à porta da livraria Bucholz.

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