domingo, 10 de julho de 2011

O Cão de Sócrates - António Ribeiro [Opinião]


Título: O Cão de Sócrates
Autor: António Ribeiro
Colecção: Fora de Colecção

N.º de páginas: 192
PVP: 15 €
ISBN: 978-989-626-265-5
Formato: 16 X 23,5
Encadernação: Brochado

Sinopse:

«Desta vez fiz asneira e da grossa. Mas como podia eu saber que aquele pedaço de papel que rasguei e comi era tão especial para o meu dono? Todos os dias lhe como e destruo metade dos papéis oficiais e dos despachos que ele tem em cima da secretária e ele não se importa com isso. Aliás, as coisas que já lhe comi, davam para fazer um livro só sobre isso: um DVD intitulado “Espanhol para falar com Chefes de Estado”, um telemóvel que fazia ruídos estranhos quando se atendia (este por acaso até foi o meu dono que me deu para roer), um livro de poemas autografado pelo Manuel Alegre (ainda por abrir!), uma fotografia do presidente da República que estava a marcar as Páginas Amarelas, três ou quatro orçamentos de Estado (são sempre os mais difíceis de roer). Sempre que tenho estes impulsos de rafeiro, o meu dono faz-me aquela falsa cara de mau e diz-me “Não, pá, isso não pá, larga pá!” mas depois ou toca o telemóvel e ele distrai-se com a conversa ou acaba por esboçar um sorriso e perdoar-me. Desta vez não. Foi tudo muito diferente. Enfim, a culpa é minha. Tinha de acabar em desgraça esta minha mania de me atirar a tudo o que é papel oficial. E o que mais me causa estranheza é que desta vez só roí um papel, um miserável papel. (…) Este era fininho, uma folha apenas, estava cheio de números e letras e tinha um emblema no cimo da página. Uma coisa aparentemente rasca, sem valor mas afinal era valiosíssima! Como é que eu ia saber que aquilo era o certificado de habilitações do meu dono, do seu curso de engenheiro?» Um rafeiro retirado de um canil para viver uma vida de glória, fama e proveito em São Bento. Pela trela ou ao colo, nos momentos difíceis ou nas horas de triunfo, o cão foi uma testemunha ocular e privilegiada do dia-a-dia do chefe do Governo ao longo dos últimos anos. Do Tratado de Lisboa à Cimeira da NATO, das frias relações institucionais com o presidente da República aos calorosos apertos de mão das grandes figuras da política internacional, da crise do Orçamento de Estado para 2011 aos prós e contras da entrada do FMI em Portugal, o cão dá a sua opinião sobre tudo o que aconteceu nos últimos anos num relato detalhado, inédito e original sobre os bastidores da mais alta política portuguesa PS: o cão encontra-se à procura de novo dono. Aceitam-se inscrições. Obrigado!
A minha opinião:
O Cão de Sócrates é do princípio ao fim uma sátira ao Governo de José Sócrates. Mesmo para quem não gosta de política, nem está muito por dentro da matéria facilmente se deixa contagiar pela narrativa engraçada deste cão oficial de São Bento, embora que de forma completamente ficcional.
É engraçado como é que o próprio canídeo vai perdendo vida e ficando depressivo à medida que o Governo liderado pelo seu próprio dono se afunda cada vez mais. É através dos relatos delirantes e engraçados do cão do primeiro que vamos dando conta de como vai o país, de como se sente Sócrates com a comunicação social, com a oposição, com os seus próprios ministros. No fundo, o Cão de Sócrates retrata aquilo que é o povo português: deprimido com a sua política à procura de um novo dono, aquando da escrita deste livro, claro.

1 comentário:

Vanessa Meiser disse...

Oi, tudo bem?
Me chamo Vanessa e sou do Brasil, estava passeando pelos blogs literários de Portugal e achei o seu, gostei muito dele e estou seguindo. Virei visitar sempre seu blog.
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