Autor: Cristina Torrão
Editora: Ésquilo
N.º de páginas: 416
PVP: 19, 80€
«E este foi o melhor rei e mais justiceiro e mais honrado que houve em Portugal desde o tempo do rei D. Afonso, o primeiro»
(D. Pedro, Conde de Barcelos)
D. Dinis, sexto monarca português, marcou profundamente a consolidação do reino através dos seus quarenta e seis anos de governação. Fundou a primeira universidade portuguesa, substituiu o latim pela língua portuguesa nos documentos oficiais, reformou quase todos os castelos, foi um diplomata de excepção, admirado, inclusivamente pelo Papa, incrementou a agricultura, a pesca e o comércio, amante da poesia e da música, ficou imortalizado pelos seus cantares.
Mas a tragédia também assolou a sua alma, primeiro foi o conflito armado com o irmão, no final da vida, a dilacerante guerra com o seu próprio filho herdeiro. A seu lado, estava uma rainha de excepção, Isabel de Aragão, com a qual nem sempre as relações foram fáceis…
Neste romance, o leitor é conduzido à intimidade de um Rei justo, sábio e poeta. Nunca a esfera íntima de D. Dinis foi descrita com tanto detalhe e faceta humana.
A minha opinião:
Cristina Torrão mostra um rei amoroso, que se apaixona constantemente pelas lindas mulheres com quem convivia e para quem escrevia as cantigas de amor que chegaram aos nossos dias e que aprendemos na Secundária. Mas era também um rei apaixonado pela sua mulher, a quem chamaram Santa.
De facto, Isabel era piedosa, uma rainha que se preocupava com os mais pobres ao ponto de jejuar várias vezes e de dar toda a comida que sobrava dos soberbos banquetes organizados pelo monarca. Era conhecida a sua bondade por todo o reino, e os pobres recorriam a ela constantemente. No entanto, nem sempre as relações do casal foram boas. Quando o filho de ambos, e futuro rei de Portugal, Afonso (futuro D. Afonso IV), se mostra com vontade de reinar, destronando D. Dinis, O Lavrador, mostrou-se mais uma vez um rei guerreiro, defensor da sua vontade e fez frente ao seu filho, como anteriormente tinha feito com o seu irmão, também ele chamado Afonso.
D. Dinis afirmou-se sempre por defender os Templários, que foram perseguidos pelo papa Clemente V e Filipe IV de França. Contrariando a perseguição que estes dois faziam aos Templários, D. Dinis protegeu-os sempre, até que estes criaram a Ordem de Cristo, nova ordem militar e religiosa autorizada pelo Vaticano a pedido do rei português.
Um livro que se lê de um trago e, ao contrário de alguns livros históricos, isso acontece devido a uma narrativa bastante envolvente. A autora não se centrou num aspecto de D. Dinis, mas aproveitou tudo o que ele tinha de bom: o seu empreendedorismo, o seu amor pelas mulheres, as discussões frequentes com o seu irmão Afonso que pretendia o reino para si, e mais tarde com o seu próprio filho pelo mesmo motivo, a posição política nos reinados de Castela, a oposição ao Papa em relação aos templários, a criação da primeira universidade, a plantação do Pinhal em Leiria. Um excelente e rico monarca só podia dar um bom livro.
1 comentário:
Também gostei bastante do livro.
Dá-nos uma ideia geral do homem que foi D. Dinis, um homem bastante empreendedor para o seu tempo!
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