quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Coração em segunda mão - Catherine Ryan Hyde [Opinião]


Título: Coração em Segunda Mão
Autora: Catherine Ryan Hyde
Colecção: Contemporânea
Preço: 22.50 €
Pp.: 248

Deram-lhe uma nova vida.
Mas saberá ela vivê-la?

Uma rapariga. Vida tem 19 anos, está doente e pode morrer a qualquer momento. Uma nova esperança, um coração alheio, fá-la compreender que só pode viver se outra pessoa morrer.
Um homem. Richard perdeu a sua esposa num acidente. A dor e o sofrimento levam-no a querer conhecer a rapariga que recebeu o coração da sua mulher.
Um coração. No hospital, Vida conhece Richard e apaixona-se por ele. Pode um coração em segunda-mão unir duas pessoas?
A minha opinião:
Um livro tocante, a estória de uma jovem de 20 anos a quem finalmente é dada esperança. Desde o nascimento que Vida, assim lhe chamou a mãe, espera por um coração compatível já que o seu não funciona normalmente. Por isso mesmo, sempre teve uma vida limitada, sem praticamente poder ir para a escola, vivendo a maior parte do seu tempo em reclusão. Vida sente-se presa ao seu destino e a uma mãe protectora em demasia, mas faz uma amiga, a sua melhor amiga: Esther, uma judia alemã, que sobreviveu ao holocausto, cuja vida também não foi fácil. De trato difícil, mas por quem Vida sente carinho, Esther é uma mulher de poucas emoções, mas que carrega consigo um amuleto, desde o campo de concentração onde esteve e onde viu morrer a sua família: uma pedra que foi alisando ao longo do tempo e que agora passa de dono. Esther dá a pedra a Vida e pede-lhe que faça o mesmo, que a alise constantemente e Vida assim o faz. O amuleto carrega assim a Vida das suas guardiãs.
Quando finalmente recebe um coração, a sua vida muda completamente. Isto porque o coração carrega o peso da estória de vida de uma outra pessoa, uma outra mulher. Mulher essa amada por um homem, agora solitário, Richard, e por quem Vida se apaixona.
Mas Esther deu ainda a Vida, quando esta estava hospitalizada para receber o transplante de coração, um livro em branco, uma espécie de diário, onde Vida começaria a relatar as coisas mais importantes da sua vida.
E esse livro em branco é a génese de Coração em segunda mão porque é como se o leitor estivesse, ele próprio, a ler as confidências da protagonista, pelas mãos da mesma. Temos assim o ponto de vista da Vida e também do de Richard, que perante o diário de Vida decide também criar um diário só seu onde também ele relata a sua vida a partir da trágica morte da sua mulher.
Excerto:
“Não damos de caras com o amor, temos de lutar para lhe ver a cara. Implica esforço. Por isso é que acredito que não podemos amar alguém que não conhecemos. Porque amar é conhecer alguém.”

2 comentários:

Miguel Pestana disse...

que tenhas um natal reconfortante e que tenhas leituras doces.

Maria Manuel Magalhães disse...

Obrigada Miguel. Festas felizes e com muita leitura à mistura.
Beijinhos,
Maria Manuel

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