Título: Já Ninguém Morre de Amor
Autor: Domingos Amaral
N.º de Páginas: 240
PVP: 16,90€
Sinopse:
Os homens têm memória, alimentam-se de histórias, e as que mais nos marcam são aquelas que determinam a vida dos nossos antepassados.
Esta é a história de uma família, os Palma Lobo. Bisavô, avô, pai e filho. Roberto, Álvaro, Jorge e Salvador. Nomes diferentes, mas o mesmo sangue e muito em comum: mulherengos, excêntricos, excessivos, todos marcados pela loucura e pela tortura da paixão. Foram todos homens invulgares sempre dominados por paixões privadas, amores e loucuras, e era nesse círculo íntimo do coração e do sexo que a sua vida se destinava a viver e a terminar. Passando por Moçambique, Angola, Lisboa, Alentejo e Brasil, a sua vida é uma epopeia à espera de ser revelada.
Já Ninguém Morre de Amor é a odisseia dos Palma Lobo. Um enterro fictício, um homem enforcado com cães e gatos na mesma árvore, um homem que morre a fornicar e um fogo posto para fazer arder o local do pecado… esta não é uma história de amor, é uma história sobre amor.
A minha opinião:
Mais um livro de Gonçalo Amaral e dos três que li talvez tenha sido o melhor. Gostei da história da família Palma Lobo, dos segredos dos seus antepassados e das histórias escondidas por detrás das histórias oficiais. Fantástico!
Através de Salvador, o protagonista desta história começa a desvendar o segredo dos antepassados do seu melhor amigo. A história começa com Roberto Antunes Palma Lobo, nascido em Moçambique, de uma forma pecaminosa. A mãe dele, trisavó de Salvador, morreu ao dar à luz e o suposto pai dele, morrera nove meses antes, assassinado. Suposto porque vem-se a descobrir que o seu pai era um empregado da quinta, que vendo a patroa desmaiada a violou daí resultando o filho Roberto Antunes Palma Lobo. Pouco depois, Roberto chega a Portugal, para viver com a sua avó materna. Mais tarde casa-se com Josefina, filha de um comerciante de conservas algarvio e têm dois filhos. No entanto, Josefina, mulher vivaça que gosta de festas, cansa-se do casamento e foge para o Brasil com um homem por quem se acabara de apaixonar, deixando o marido e os seus dois filhos no Alentejo. Roberto, envergonhado, simula a morte da mulher, acabando por “enterrá-la” na herdade. Com o desgosto de amor, acabaria por morrer dois anos depois.
Deixa órfãos os seus dois filhos que são criados apenas pelos empregados da quinta. O filho mais novo, aparentando sempre problemas de foro mental acaba por se suicidar aos 15 anos, enforcando-se numa árvore, restando apenas Álvaro, que será o bisavô de Salvador.
Tal como o seu pai, é dotado de um pénis fora do normal e de um apetite voraz. Assedia todas as mulheres que conhece e nem com o casamento muda. A sua primeira mulher, sabendo que foi traída pelo seu marido e pela melhor amiga, atira-se da varanda do segundo andar, esmagando a cabeça. Depois de tal acontecimento, Álvaro vai para Luanda onde conhece muitas mulheres e começa a aumentar a fama de predador sexual. Acalmando um pouco a sua má reputação, Álvaro decide casar com uma portuguesa, filha de uns colonos com plantações, Isabel Montenegro que tem uma irmã gémea, que vai viver com o jovem casal. Aí forma-se um triângulo amoroso, que termina quando Isabel se depara com a sua irmã gémea na cama com o seu marido. Após a descoberta, Álvaro manda as duas irmãs para um hospício, onde permanecem até à sua morte. Entretanto, também Álvaro sai de Luanda para regressar a Lisboa, onde casa pela terceira vez. Este terceiro casamento dá-lhe os seus dois únicos filhos: o pai de Salvador e a tia. Com esta mulher, forte e obstinada, Álvaro torna-se num outro homem, pelo menos durante uns tempos. Porém, depois de alguns anos na herdade de Grândola, Álvaro não resiste à filha de um camponês e morre ao ter relações sexuais com ela.
Na herdade continuam a viver a mulher de Álvaro e os dois filhos. Jorge, pai de Salvador, vive na herdade até à idade em que vai para a Universidade, em Lisboa. Lá conhece outra forma de estar na vida, levando uma vida boémia, de drogas, rock and roll e sexo. Acaba por engravidar uma colega e daí nasce Álvaro. Apesar disso, não se casa com a mãe do seu filho, optando por viverem juntos. Dois anos depois nasce Luís.
Após o 25 de Abril, e com os camponeses a invadir a herdade de Grândola, decidem ir viver para o Rio de Janeiro, excepto a irmã de Jorge, que entretanto se apaixonara por um comunista e distanciou-se da família.
No Brasil, Jorge apaixona-se pela pessoa errada e acaba por morrer, vindo-se a descobrir mais tarde que o suposto suicídio foi um homicídio camuflado, em 1984. Um ano depois deste acontecimento trágico a família decide voltar a Portugal.
Desde 1881 até aos nossos dias, a família Palma Lobo vive os tempos das guerras entre MPLA e UNITA, o tempo do Estado Novo, a revolução de Abril e, antes ainda a 2.ª Guerra Mundial, que trouxe refugiados de diversas nacionalidade a Portugal, que viam como o único meio de fugir à perseguição dos nazis.
Através de Portugal muitos europeus conseguiram rumar ao continente americano e aí refazer a sua vida.
2 comentários:
Por acaso já estive para comprar este livro, mas não tinha ainda lido nenhuma crítica do romance.Gostei da tua crítica...Mais um para a wishlist!Mas, onde está Gonçalo é Domingos, não é?
Tens razão. Ainda bem que fizeste o reparo. Vou já mudar :)
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