sábado, 12 de fevereiro de 2022

O Anjo de Munique - Fabiano Massimi [Opinião]

 

Título: O Anjo de Munique
Autor: Fabiano Massimi
Editor: Suma de Letras
N.º de Páginas: 432

Sinopse: 
Munique, Setembro de 1931. Faltam poucas semanas para que umas eleições históricas outorguem o poder aos nazis. O comissário Sigfried Saue é chamado com urgência a um elegante apartamento, onde Angela Raubal, 22 anos, conhecida como Geli, é encontrada no seu quarto sem vida. Ao lado do corpo um revólver, tudo sugere que se trata de um suicídio. Geli, no entanto, não é uma mulher comum e o apartamento onde vivia e morreu, bem como o revólver que disparou o tiro fatal, não pertencem a um homem qualquer, são do seu «tio Alf», que o resto da Alemanha como Adolf Hitler, o político mais notório do momento. Em parte também por causa dessa estranha relação com a sua sobrinha, fonte de indignação e escândalo entre as fileiras dos seus inimigos e entre os seus colaboradores mais próximos. Sempre juntos, sempre felizes e sorridentes numa intimidade adolescente. O inspector Sauer se encontra dividido na sua investigação entre aqueles que o mandam encerrar a investigação passadas escassas horas e aqueles que o instruíram a ir ao fundo do caso e descobrir a verdade, qualquer que seja.

Há imensos anos que leio livros sobre o Holocausto. Mas a maior parte dos livros acabam por me surpreender. Foi o caso deste que acabou por me dar a conhecer a vida fugaz da sobrinha de Hitler, Geli Raubal. Fugaz porque morreu precocemente, aos 23 anos, depois de ser ter suicidado, na versão oficial.
O que Fabiano Massimi fez foi pegar nesta misteriosa história e transformá-la num thriller onde não falta uma dupla de investigadores. Se estes são verdadeira ficção, a maior parte dos intervenientes na história não o é, e são prova que foram bastante importantes para o desenrolar deste trágico acontecimento. Seria Hitler, o causador da morte da sobrinha? Direta ou indiretamente?

Em 1931 corriam rumores que afinidade entre tio e sobrinha era maior do que a familiar. Diz-se ainda que Geli foi a grande paixão do ditador, mas essa paixão, demasiado possessiva acabaria por lhe tirar a vida. No dia 17 de março de 1931 Geli aparece morta no apartamento que partilhava com o tio, com um disparo no coração, com a pistola de Hitler.

Chamados ao local, a dupla Siegfried Sauer e Mutti Froster suspeitam que algo não está correto no cenário de crime, mas dão-lhes apenas poucos dias para a conclusão do caso. A dificultar tudo isso serão as armadilhas, perseguições, manipulação de dados e testemunhas, que vão surgindo para baralhar tudo. E no meio disto tudo uma conclusão óbvia: não se pode confiar em ninguém. Todos são suspeitos e todos são inocentes. Sauer é uma personagem cativante, mostrando que, apesar de todas as adversidades, ganha a perseverança e obstinação. A história, baseada em factos reais, prende no primeiro impacto, mas vai perdendo força em meados do livro, tornando a sua leitura um pouco enfadonha, o que me impede de lhe dar a nota máxima. No entanto, é uma boa leitura.









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