Autor: Lénia Rufino
Editor: Manuscrito Editora
N.º de Páginas: 224
Sinopse:
Isabel não tinha medo dos mortos. Gostava de passear por entre as campas do cemitério, a recuperar as histórias da morte daquelas pessoas. Quando a falta de alguma informação lhe acicatava a curiosidade, perguntava à mãe...
Quando esta se recusa a dar-lhe uma resposta sobre uma mulher chamada Eulália, Isabel inicia uma busca por esclarecimentos. Só que ninguém quer falar sobre o assunto e, inesperadamente, Isabel vê-se confrontada com uma teia de mentiras, maldade, enganos e crimes que a levam a compreender o passado misterioso da mãe e a forma quase anestesiada da sua existência.
Um romance de estreia profundamente sagaz e envolvente que faz um retrato do interior português preso na tradição religiosa da década de 1970.
Sinopse:
Isabel não tinha medo dos mortos. Gostava de passear por entre as campas do cemitério, a recuperar as histórias da morte daquelas pessoas. Quando a falta de alguma informação lhe acicatava a curiosidade, perguntava à mãe...
Quando esta se recusa a dar-lhe uma resposta sobre uma mulher chamada Eulália, Isabel inicia uma busca por esclarecimentos. Só que ninguém quer falar sobre o assunto e, inesperadamente, Isabel vê-se confrontada com uma teia de mentiras, maldade, enganos e crimes que a levam a compreender o passado misterioso da mãe e a forma quase anestesiada da sua existência.
Um romance de estreia profundamente sagaz e envolvente que faz um retrato do interior português preso na tradição religiosa da década de 1970.
A minha opinião:
Isabel vive numa pequena aldeia no Alentejo onde todos se conhecem e todos sabem da vida uns dos outros. O seu passatempo favorito era passear pelo cemitério e tentar saber algo mais das histórias daquelas pessoas que lá estavam. Como foi a vida delas? Do que é que morreram?
Até que chega à campa de Eulália, uma mulher que todos parecem não querer falar. O facto de todos se recusarem a dizer o que se passou com a morte dela, aguça a curiosidade da jovem, que não para até descobrir tudo.
E é aqui que surge uma segunda história... aquela que seria a história principal do livro e que traria toda a verdade à tona.
Léna Rufino faz-nos recuar ao século passado, ao ano de 1969, a um Alentejo profundo que poderia muito bem ser qualquer aldeia do país. Um local onde a cuscuvilhice impera e onde a moral e os bons costumes estão acima de tudo. Gente humilde, mas que se quer honrada e que vê no padre da aldeia o símbolo da autoridade e de Deus.
A autora escreve bem. Mas escrever bem pode não ser suficiente para cativar o leitor.
Aí é que entra a história envolvente que criou. Fiquei rendida desde a primeira página. Parece um cliché, mas garanto-vos que não. Consegui sentir os cheiros daquela aldeia, do sol a bater nas árvores, dos caminhos sinuosos e por vezes desertos, das suas gentes e da autoridade da igreja. Isto porque também eu, durante uma parte da minha infância, também vivi na aldeia, o que me fez enriquecer enquanto pessoa. As aldeias são mágicas.
Engraçado como me identifiquei com Isabel na tentativa de querer conhecer mais sobre os mortos. Também eu, quando ia com a minha avó ao cemitério, percorria as campas e gostava de ver quem lá estava. Ficava chocada quando percebia que havia pessoas novas que morreram de forma trágica, mas a minha curiosidade não passava daí.
O final em aberto pode trazer um amargo de boca aos leitores que gostam de ver uma história com final feliz, mas comigo fez o inverso.
Gostei imenso.
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