Autor: Rute de Carvalho Serra
Editor: Editora Guerra e Paz
N.º de Páginas: 272
Sinopse:
O mais horrendo dos crimes: o massacre de inocentes. Um romance de factos verídicos.
Julho de 1772. Na Casa da Suplicação, em Lisboa, agitam-se as hostes perante ruas fervilhantes de um povo acicatado pelos terríveis actos cometidos por uma assassina. Luiza de Jesus é acusada de ter assassinado 33 crianças, expostas na roda da Misericórdia de Coimbra. O que pode ter levado uma jovem mulher a matar impiedosamente inocentes? Quem é ela afinal?
Estas perguntas desassossegam o espírito do intendente Pina Manique, seu julgador. Deambulando entre Lisboa, Coimbra, Figueira de Lorvão e até a Galiza, será possível encontrar respostas? Tradição e mística milenar poderão, afinal, coexistir?
Um romance histórico de intensa emoção, baseado em factos verídicos: aqui, as nossas convicções sobre verdade, mentira, miséria e ostentação são postas definitivamente à prova.
Os horríveis e sanguinários pormenores da execução pública desta assassina serão suficientes para que a «memória de semelhante monstro» não desapareça?
A minha opinião:
Quando se fala de assassinos portugueses, o nome de Luiza de Jesus vem logo à baila assim como Diogo Alves. Embora Diogo Alves fosse galego e não português, os seus crimes foram cometidos em Portugal, pelo que será um dos mais famosos assassinos que por cá andou.
Sendo a última mulher condenada à morte e executada pelos seus crimes, Luiza de Jesus tem surgido em vários livros que tenho lido ultimamente. Tendo os crimes ocorrido no século XVIII é natural que as informações sejam um pouco escassas, mas todos os livros vão sendo uma surpresa em relação a descobrir um pouco mais sobre esta jovem mulher.
Acusada de ter matado 33 crianças, expostas na roda da Misericórdia de Coimbra, Luiza acabaria por confessar a morte de 28 crianças. No entanto, os cadáveres que os inspetores encontraram nas imediações e em sua casa, apontavam para os 33. Depois de terem descoberto os corpos de duas crianças num terreno, pouco antes de os ter ido buscar à roda, os investigadores encontraram um cenário aterrador em sua casa: corpos desmembrados de crianças por todo o lado.
Rute de Carvalho Serra situou bem a história na época em que ela ocorreu, embora, por vezes, tenha achado que se perdeu em pormenores que envolviam factos da História. Por isso mesmo, acabou por não aprofundar tanto o que levou Luiza a cometer tais crimes. Pela história vamos percebendo que Luiza nunca foi feliz. Desde tenra idade que a fome assolava a sua família, não tendo a mãe outra alternativa que não fosse dá-la para adopção. Pior é que o homem que acabaria por acolhê-la em sua casa, um boticário, lhe fazia diversas experiências, assim como praticava sevícias várias.
No entanto, isso não pode desculpar o que se seguiria mais tarde, quando conseguiu fugir das "garras" do boticário e regressou a casa, encontrando a mãe moribunda e o irmão sem praticamente meios de sustento.
Pelo facto de a autora não te aprofundado os crimes da forma que estava à espera, as minhas quatro estrelas são fraquinhas, estando mais próximo das 3,5.
De ressalvar, contudo, que o livro está muito escrito e com capítulos pequenos que fazem com que leia bastante bem.
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