terça-feira, 24 de março de 2020

Zé Pedro - André Rito [Opinião]

Título: Zé Pedro
Autor: André Rito
Editor: Suma de Letras
N.º de Páginas: 120

Sinopse:
A vida, a alegria, rebeldia e carreira de Zé Pedro, um dos mais importantes nomes do rock português.

Do primeiro concerto dos Xutos & Pontapés onde a banda tocou seis músicas em cinco minutos, ao concerto numa prisão em Macau, à consagração da banda com o disco Circo de Feras, passando pela morte da mãe de Zé Pedro, o afastamento e reaproximação dos Xutos, e o famoso bar Johnny Guitar - episódios contados pelos amigos e família do guitarrista.

A minha opinião: 
André Rito, amigo de Zé Pedro, conta a história de vida deste mítico músico português que nos deixou há dois anos. A importância da família, sobretudo da mãe e dos avós, a paixão pela rádio e pela música, a formação dos Xutos e Pontapés e a dependência de drogas, tudo é relatada neste livro de André Rito, naquela que é a primeira biografia ilustrada do guitarrista português.

É raro encontrar alguém que não seja fã dos Xutos ou que não conheça pelo menos uma música da banda. De facto, são transversais a todas as idades e gerações, marcando muitos momentos da nossa vida. Quando Zé Pedro morreu em 30 de novembro de 2017 quase todo o país chorou a perda do músico, pelo que esta biografia faz todo o sentido.

O autor explorou bem os primeiros anos de vida de Zé Pedro, não esquecendo as várias viagens que teve de fazer com a família (o pai era militar) e as estadas naqueles países. Mas o mais caricato é o facto de Zé Pedro querer ter uma banda, mas não perceber nada de música. Até que Pedro Ayres Magalhães, na altura vocalista e líder da banda punk Os Faíscas, o incentivou a pegar numa guitarra.
Daí conheceu Kalú, um beto do Restelo, e com outros membros acabariam por formar os Xutos.

A obra conta ainda outros episódios da vida de Zé Pedro, desde o primeiro concerto que viu aos 15 anos de Miles Davis, até ao concerto dos Genesis, e à caricata história no Rock in Rio no Brasil, em 1991, quando segurança o confundiu com um músico internacional e passou-o à frente de uma fila com mais de 300 pessoas.

Referências ainda ao Johnny Guitar, o bar que abriu com Luís Tomás, manager dos Rádio Macau e que foi palco para o primeiro concerto dos Da Weasel e onde se ouviu pela primeira vez o álbum Nevermind dos Nirvana.

André Rito conta, de forma sucinta mas agradável, os aspectos mais importantes da vida do músico, acompanhada pelas ilustrações de Pedro Lourenço, que deram ainda mais valor ao livro.

Este faz parte de um conjunto de biografias ilustradas que a Suma de Letras está a publicar e que tenho adorado ler. Este livro junta-se assim aos livros de Freddy Mercury, David Bowie e Frida Khalo.



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