quinta-feira, 19 de março de 2020

A Reclusa - Debra Jo Immergut [Opinião]

Título: A Reclusa
Autor: Debra Jo Immergut
Editor: Suma de Letras
N.º de Páginas: 296

Sinopse:
A obsessão nunca fica presa

Carregado de acção e inteligente, A Reclusa é uma reflexão íntima e emocionante sobre a liberdade e o risco, o poder masculino e feminino e os desejos de corrupção e redenção que habitam em todos nós.

Miranda Greene planeia morrer em Maio de 1999 nas instalações do estabelecimento correccional de Milford Basin, Nova Iorque. Resta-lhe cumprir mais cinquenta e dois anos de prisão por assassinato em segundo grau, sem possibilidade de liberdade sob fiança, por um acidente estúpido que nem sequer foi ela a provocar. Mas, para além de ser julgada por um juiz duro, ela era filha de um ex-congressista. Miranda tenciona ir às consultas do psiquiatra da cadeia e guardar os comprimidos que este lhe ministra até ter a quantidade necessária para pôr fim à vida.
Frank Lundquist é psiquiatra e trabalha na prisão. Antes disso, tinha um consultório particular, de sucesso, em Manhattan e casara com a mulher que amava. Perdeu tudo por causa de um terrível acidente que não provocou, apesar de se sentir culpado.
Quando Frank vê Miranda pela primeira vez, reconhece-a de imediato. No entanto, o mesmo não acontece com Miranda. Tinham feito o secundário juntos e Frank passara anos completamente apaixonado por ela. Dentro dos muros da prisão, Miranda está desesperada, atormentada pelas lembranças de uma tragédia infantil, diante de um legado familiar de moral e decisões políticas duvidosas, e ainda tentando libertar-se do amor desastroso que levou à sua queda. E também está obstinadamente determinada a manter algum controlo sobre o seu destino. Frank tornar-se-á uma poderosa esperança de absolvição e, quem sabe, até de fuga.

A minha opinião: 
Depois de uma sinopse tão reveladora torna-se difícil criar algum suspense em relação a este livro. 
Em A Reclusa, romance de estreia de Debra Jo Immergut, é-nos apresentada Miranda Greene, uma miúda que sempre teve tudo na vida, acaba condenada a 52 anos de prisão por um estúpido acidente que acabaria por matar uma pessoa. Como não vê grandes perspectivas de vida dentro da prisão Miranda decide suicidar-se, por overdose. 

Vê a sua vida facilitada com a chegada de um psiquiatra, Frank, que lhe vai prescrevendo medicação, que ela vai guardando religiosamente. 

O livro começa a ficar mais interessante na medida em que, embora Miranda não mostre sinais de reconhecer o médico, este foi seu colega no liceu, um colega que se nutriu uma fixação muito grande em relação a ela. 

Dividida entre o suicídio ou a fuga Miranda vai expiando a sua vida antes do trágico desfecho, e vai-nos revelando que nem tudo é tão cor-de-rosa entre quatro paredes. 
A par disso, a sua vida na prisão, a relação com as outras reclusas e guardas prisionais é relatada de forma exímia pela autora.
Por outro lado, vamos também descobrindo o lado mais negro da parte familiar da jovem reclusa. Um pai que granjeou um certo poder político, mas que o foi perdendo aos poucos, o que levaria à ruína profissional. Uma tragédia familiar que se abateu sobre eles quando Miranda estava na pré-adolescência, acabaria por abalar a união daquela família e mudar completamente Miranda, levando-a a tomar decisões de forma irreflectida. 

Fragilizada vê em Frank Lundquist um meio para atingir os seus fins. Mas o que ela não imagina é o preço que terá de pagar por tudo isso. 

Não gostei particularmente de nenhuma das personagens principais, Miranda e Frank, nem da forma como a autora foi desenrolando a história, que achei um pouco parada, por vezes. Apesar da história ter sido relatada sob duas perspectivas, o que me agradou muito, não conseguiu prender-me tanto quanto gostaria. 
Salvou-se o final escrito de uma forma inteligente. 



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