quarta-feira, 10 de julho de 2019

Raparigas como Nós - Helena Magalhães [Opinião]

Título: Raparigas como Nós
Autor: Helena Magalhães
Editor: Editorial Planeta
N.º de Páginas: 424

Sinopse:
Uma história de amor irresistível, que é também o retrato de uma geração que cresceu sem redes sociais. Pode uma paixão da adolescência marcar o resto da vida?

Festivais de Verão, tardes na praia, experiências-limite com drogas, traições e festas misturam-se com amores improváveis e velhas amizades. Um romance intemporal nos cenários de Lisboa, Cascais e Madrid, que mostra tudo o que pode esconder-se atrás da vida aparentemente normal de uma rapariga… como tu.

«Beijamo-nos ao som daquela música que ouvia em casa sozinha deitada na minha cama. Durante o resto da vida, não importaria o que estivesse a fazer ou onde, quando ouvisse os primeiros acordes […], recordar-me-ia do olhar do Afonso fixado em mim, da sua mão no meu rosto, do meu coração a tremer e de me sentir a rapariga mais feliz do mundo. Porque Lisboa está cheia de bares a abarrotar de miúdas bonitas que, num piscar de olhos, se colocariam de gatas a ronronar nas suas pernas. Mas ele viu-me a mim.»

«Se algum dia se sentirem sozinhas, estranhas, deslocadas do mundo que vos rodeia, lembrem-se da Isabel, da Alice, da Luísa, da Marina e até da Marisa das argolas… Raparigas como nós.»

A minha opinião: 
Raparigas como Nós é uma viagem ao final dos anos 90, à adolescência de Isabel e Simão, jovens a frequentar o 9.º ano, mas que muito bem podíamos ser nós, miúdos nascidos nos finais dos anos 70, inícios de 80. 
O tempo não mudou assim tanto, porque me identifiquei com quase tudo o que li. Fui adolescente em meados de 90, pelo que em 99, altura em que se passa parte da história, já estava na faculdade, mas revi-me tanto com a história destas personagens! 

Confesso que a minha vida e a das minhas amigas não era tão atribulada com a de Alice e da Isabel, mas a fase dos namoricos, das tentativas de saídas à noite, das músicas que nos deixavam loucas fazem parte do meu passado, que recordo imensas vezes. 

As amigas continuam as mesmas. E as conversas quando estamos juntas fogem muitas vezes para essas alturas em que nos apaixonávamos por rapazes que não estavam nem aí para nós, muitos deles só queriam saber da bola, ou pelo melhor amigo, que fez com que a nossa amizade ficasse abalada. 

Drogas, felizmente nunca houve no nosso círculo de amigos, mas todos sabíamos o que é que o grupo dos fixes ir fazer para trás da escola. Nós éramos mais danças e cantorias e pouco mais. 

"Nunca quis passar o tempo a ler sobre pessoas que não existem, mas que de alguma forma têm uma mensagem altamente relevante para nós, algo que vai mudar a nossa vida." pag. 43

Mas voltemos ao livro. Vamos acompanhar a Isabel, em duas fases distintas: aos 14 e aos 17 anos. Começamos por conhecer Isabel quase a entrar na idade adulta. Adepta de festas, mas não de rapazes petulantes e betos, Isabel vê-se numa discoteca da moda, cheia de pessoas que não lhe interessam minimamente. A amizade fala mais alto e, a pedido da amiga Alice, acaba por lhe fazer a vontade e ir com ela para uma festa numa discoteca, juntamente com o namorada dela, que detesta, e dos amigos deste, quais fotocópias autênticas. 

No entanto, há um amigo que sobressai e que acaba por se tornar completamente diferente do grupo. E Isabel apaixona-se perdidamente por Afonso. 
No entanto, este não é o seu primeiro amor. E é aqui que viajamos até aos 14 anos e conhecemos Simão, o bad boy que arrebata o coração da protagonista. 

Somos transportados para os corredores da escola secundária, para a parte detrás da escola, para as "reuniões" na casa das amigas, e para aquelas raparigas populares que gozam constantemente com as mais novas e que andam vestidas de uma outra forma. 

Longe das redes sociais, no meu caso até dos telemóveis, esta é uma adolescência igual a tantas outras, onde os jovens se reuniam a jogar cartas, a ouvir músicas nos walkman's, que trocavam bilhetinhos de amor, e que seguiam o rapaz dos seus sonhos para todo o lado. E, relativamente aos posters que tínhamos no quarto... se o da protagonista era do David Charvet da série Marés Vivas, o meu era inundado pelos do Pedro Abrunhosa, já nessa altura o meu artista favorito.

É um livro que se lê muito bem e que nos envolve de tal forma, que depressa nos transportamos para lá. E a Rapariga Como Nós Helena Magalhães conquistou-nos a todas as que lemos o seu livro, a julgar por todas as opiniões positivas. A mim resta-me recomendar a sua leitura aqui, mas também emprestar às minhas amigas, amigas de juventude, para se reverem também nestas histórias. 
É uma óptima leitura de praia ou para levar de férias para um outro destino qualquer. 
Um livro 5*



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