Banida, a família real foi proibida de entrar em Portugal. Mesmo assim, a infanta D. Filipa de Bragança – neta do rei absolutista D. Miguel – conseguiu, com a anuência de Oliveira Salazar, vir a Portugal em 1938 para conhecer a terra de onde os seus antepassados tinham sido expulsos. Seguiram-se outras visitas até que, em 1946, a infanta se instalou definitivamente no país, numa casa em Serpins, na Lousã. Uma vez em Portugal, a infanta empenhou-se pessoalmente em que a monarquia fosse restabelecida – o seu irmão D. Duarte Nuno, era o herdeiro da coroa portuguesa. Para isso, aproximou-se de Salazar: a correspondência entre os dois era frequente, assim como as suas visitas a São Bento e a Santa Comba Dão.
Haveria uma intenção dissimulada na aproximação a Salazar? Houve algo mais do que uma forte amizade entre a intempestiva princesa e o presidente do Conselho?
Paulo Drumond Braga analisou de perto as cartas da infanta para o ditador e traz-nos a biografia desta figura fascinante da História de Portugal, que sempre esteve na sombra.
PAULO DRUMOND BRAGA é licenciado em História (1987) e Mestre em História da Idade Média (1992) pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Doutor em História dos Descobrimentos e da Expansão pela mesma universidade (1997). Lecionou no ensino superior privado, sendo investigador da Cátedra Infante D. Henrique para os estudos Insulares Atlânticos e a Globalização. Participou, como comunicante, em numerosos congressos científicos realizados em Portugal e no estrangeiro. Tem publicados uma centena de artigos em revistas portuguesas, espanholas e brasileiras e é autor de À Cabeceira do Rei e Uma Lança em África.
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