quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Quetzal lança coleção de literatura de viagem

Ah, quando um homem escapa ao novelo do arame farpado das suas próprias ideias e engenhos mecânicos há um mundo maravilhoso e rico de contacto e beleza pura que flui, e uma destemida visão, face a face, da vida finalmente crua.
D.H.Lawrence, poema Terra Incognita

Terra Incognita é o nome da nova coleção de literatura da Quetzal. Mais do que livros de viagens, com um formato especial, a Terra Incognita reúne títulos e autores que des-prezam a ideia de turismo e fazem da viagem um modo de conhecimento.
O relato de viagens é, provavelmente, o género literário mais comum desde o princípio dos tempos. Hoje, quando o mundo é um gigan-tesco ecrã onde tudo está já conhecido, a única coisa que nos resta é o espírito da viagem. Se já não vamos à procura do exótico e do belo, nem do irrepetível, esses livros transmitem uma sabedoria que nos devolve a ilusão e a alegria da viagem.
Nada mais natural, portanto, do que uma coleção inteira e proposita-damente dedicada ao tema – com estes livros, nenhum mapa vai ficar fora da nossa imaginação.
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Breviário Mediterrânico, de Predrag Matvejevitch, e O Grande Bazar Ferroviário, de Paul Theroux, marcam o arranque desta jornada e estão disponíveis nas livrarias a 8 de março. O primeiro com tradução de Pedro Tamen, introdução de Claudio Magris e posfácio de Robert Bréchon.

Cheio de sabedoria, memórias, informações preciosas, o Breviário
Mediterrânico pode ser também um romance moderno, genial, brilhante e imprevisível. Este pode ser, segundo a crítica, um diário de bordo, um livro de aforismos ou de orações, um atlas, um romance ilustrado do século xx, um tratado poético-filosófico, um livro de História
Antiga.

Quanto a O Grande Bazar Ferroviário, é o relato emocionante que Paul Theroux faz da sua épica e invejável viagem de comboio entre a Eu-ropa e a Ásia. Repleta de evocativos nomes de comboios lendários, descreve lugares, culturas e paisagens que atravessou e as pessoas fascinantes que conheceu e que o acompanharam ao longo de milha-res de quilómetros.
Theroux contempla o mundo vivo e animado – para o transportar em cada livro da sua já vasta bibliografia.

Sobre os autores:
Predrag Matvejevitch, nascido na Bósnia-Herzegovina (Mostar, 1932), filho de pai russo e mãe croata, foi um dos mais eminentes ensaístas eslavos. Deixou a Jugoslávia após a queda do muro de Berlim, assumindo um estatuto «entre o asilo e o exílio». Foi professor universitário em Roma e Paris, e nomeado conselheiro para o Mediterrâneo do Grupo de Sábios da União Europeia. Tornou-se um mestre incontestável da geopoética através dos seus numerosos escritos sobre o Mediterrâneo, entre os quais o Breviário Mediterrânico, publicado pela Quetzal numa edição revista – com tradução do poeta Pedro Tamen. Predrag Matvejevitch morreu em Zagreb, na Croá-cia, em 2017.
Paul Theroux nasceu em Medford, no Massachusetts, em 1941, filho de mãe italiana e pai canadiano de origem francesa. Frequentou a universidade no Maine e no Massachusetts (Amherst), e vive atualmente entre Cape Cod e o Havai. Foi professor em Itália, no Malawi, no Uganda (onde conheceu a sua futura mulher e encontrou, pela primeira vez, V.S. Naipaul, seu amigo e mentor) e também em Singa-pura e Inglaterra. Escreveu dezenas de romances (alguns adaptados ao cinema por Peter Weir e Peter Bogdanovich – com atores como Harrison Ford, River Phoenix, Michael Caine, Helen Mirren, Sigourney Weaver ou Patrick Kavanagh), ensaios e alguns dos melhores livros de viagens de sempre, como O Velho Expresso da Patagónia, Comboio-Fantasma para o Oriente, Sul Profundo e este O Grande Bazar Ferro-viário, todos publicados pela Quetzal.



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