quinta-feira, 14 de junho de 2018

Nem Tudo Será Esquecido - Wendy Walker [Opinião]

Título: Nem Tudo Será Esquecido
Autor: Wendy Walker
Editor: Editorial Presença
Páginas: 280

Sinopse:
Na pacata cidade de Fairview, no Conneticut, a vida parecia perfeita até à noite em que um acontecimento trágico chocou a comunidade. Jenny Kramer, uma adolescente com quinze anos, é brutalmente violada depois de sair de uma festa. Os médicos decidem administrar-lhe um fármaco usado nos casos de patologias de stress pós-traumático, eliminando as memórias do incidente. Contudo, nos meses seguintes, Jenny é surpreendida com sensações que a fragilizam psicologicamente, levando-a a tentar o suicídio.
O pai, Tom, está determinado a descobrir o culpado e fazer justiça. A mãe, Charlotte, age como se nada tivesse acontecido. Os pais de Jenny procuram a ajuda do psiquiatra, Alan Forrester. Nisto, o seu casamento é posto à prova, revelando segredos e fragilidades, bem como a teia que une toda a comunidade.
Afinal, todos têm algo que não desejam revelar e a busca pelo violador conduz a um thriller psicológico com um desfecho inesperado e perturbante.

A minha opinião: 
"Nem Tudo Será Esquecido" foi uma leitura que não estava nada à espera. Desde o seu lançamento que este livro estava na minha wishlist e logo que tive oportunidade de lê-lo não hesitei e peguei nele com as mais altas expetativas.

Não posso dizer que me decepcionou, mas o facto de ter sido relatado pelo psiquiatra Alan Forrester com alguns apontamentos das diversas personagens aquando a sua presença nas consultas levou a que só conseguisse ver um lado da história e que fui completamente manipulada. E será que fui a única? Será esse o objectivo da autora? Provavelmente. E se foi mesmo, posso dizer que esteve muito bem nessa perspectiva.

Jenny Kramer foi violada com 15 anos. Depois disso a vida na pacata cidade de Fairview, no Conneticut, nunca mais seria a mesma.
Para tentar colmatar toda a dor que lhe infligiram na noite em que saiu para uma festa, os médicos administraram-lhe medicamentos suficientes, semelhantes aos dados aos soldados em guerra, para que não se lembrasse de nada do que se passou naquela noite. Acontece que Jenny tornou-se uma rapariga apática, sem interesse por nada, e isolada do mundo. Completamente fragilizada tenta o suicídio meses mais tarde.
A partir daí os pais, Tom, um homem completamente revoltado com o sucedido, e a mãe Charlotte que vive a vida como se nada tivesse acontecido, decidem procurar a ajuda de um psiquiatra que a leva a recordar de tudo o que aconteceu naquela noite.

"Se não conseguimos proteger os nossos filhos, somos profundamente infelizes"

A violação é retratada de uma forma extremamente gráfica que pode chocar os leitores mais sensíveis. Mas a narrativa vai muito para lá da violação. A forma como as recordações vão chegando, quer seja através de vozes, e sobretudo de cheiros, faz-nos ver que o cérebro é um órgão bastante complexo. E serão essas recordações que vão ser a parte fulcral de todo o enredo.

A juntar a tudo isso temos ainda um ex-combatente com traumas de guerra, infidelidade entre casais, droga na adolescência, o que torna este livro ainda mais rico do ponto de vista das personagens e das temáticas abordadas.

O único senão além do relato apenas na terceira pessoa é o facto de te demorado um pouco a entrar na história, visto que o início do livro é um pouco lento. De resto, foi uma leitura bastante agradável e interessante.



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