Sou dos Anos 80 - Joana Emídio Marques [Opinião]

Título: Sou dos Anos 80
Autor: Joana Emídio Marques 

Editor: Editora Guerra & Paz

Páginas: 152

Sinopse:
Se viveste nos anos 80, comeste bolachas Maria molhadas no leite, usaste roupa que picava e pijamas de turco, se colavas pastilhas elásticas debaixo da mesa e sobreviveste como um herói, este livro é para ti.
Aposto que ainda hoje dizes: Eu? Eu não tenho medo de nada.

E se não tens medo de nada, então viaja no tempo até à década em que vivíamos eufóricos entre os bonecos da Playmobil e a Tucha, o jogo do elástico e o macaquinho do chinês.

A minha opinião: 

Não consigo resistir a livros que falem dos anos 80. Li há uns anos a Caderneta de Cromos (1 e 2) de Nuno Markl e podia ficar por aí, até porque não há muito mais para escrever sobre a década de 80 em Portugal, mas enganei-me. Há sempre coisas para recordar e este livro de Joana Emídio Marques está muito bem acompanhado de imagens dos objectos mais carismáticos da época, que imprime ainda mais nostalgia a quem, como eu, viveu nos 80's. 

Nessa altura vivia com a minha avó numa pequena aldeia do Marco de Canaveses pelo que a minha infância foi no campo, a conviver com animais e menos com brinquedos, apesar de ter alguns da última moda. Adorava a Bota Botilde ao ponto de a romper toda na parte da boca e "cabeça", e de um macaco que está presente na foto abaixo.

E adorava jogos de tabuleiro como o Sabichão ou monopólio (ainda tenho o meu primeiro). 

Quem viveu nos anos 80's sabe que o coleccionismo estava na mó de cima. Eu coleccionava tudo desde cromos, até a calendários de bolso (do Roque Santeiro a artistas da música pop/rock). E depois havia os autocolantes que saíam nas chiclets (se a memória não me falha). Até há bem pouco tempo os meus pais ainda tinham autocolantes colados nos azulejos da casa de banho, que eu cismei em colar, e que deu uma trabalheira tirar. 

Das brincadeiras relatadas no livro a que mais gostava era a macaca e o elástico. E o berlinde! Como eu adorava jogar ao berlinde e, claro está, coleccionar os berlindes mais bonitos e mais raros. 

E, claro está, que brincava na rua até à noite, sem que os pais ou educadores estivessem sempre a ver onde andávamos. A vida de criança era bem mais divertida e mais livre!

De desenhos animados o que mais gostava, e continuo a gostar de ver, era o Tom Sawyer, Dartacão, Era uma vez a vida, e a Ana de Cabelos Ruivos. Mas como menina da aldeia (mesmo que por pouco tempo) gostava mais de brincar cá fora, nos terreiros e a fazer bolos de sabão (com sabão em castelo) que fazia à beira do tanque. E adorava brincar aos festivais da canção!

No que toca a material escolar lembro-me bem da mochila amarela de Mafalda, linda de morrer. Como tinha uma tia que estava na universidade no Porto, acabava por ter material muito giro e diferente dos restantes colegas de sala. Desde canetas de cheiro a borrachas também com cheiro aos livros do Pierrot que foi uma moda tão grande que acabei por ter a coleção toda dessa personagem. Até a capa arquivadora tinha dele!!!

Dos refrigerantes o que me recordo mais e que não vem mencionado no livro é o Rical. Adorava aquele sumo! Pena que tenha terminado. 

Quanto à comida não era muito amante de guloseimas. Mas recordo-me com saudade dos chocolates Taxi e das bombocas. 

Relativamente a música, tive o primeiro Walkman já nos anos 90. Com cassetes pirata e gravações que fazia da rádio. Muitas das músicas eram interrompidas pelo locutor (o que me deixava furiosa) ou então com ruídos na antena quando uma motorizada passava perto da janela. 

Para quem gosta de recordar aquele tempo ou quem não o viveu mas gostava de saber como foi recomendo a leitura deste livro que é uma autêntica viagem no tempo!