Filipe Verde, na sua primeira
incursão pelo romance, traz-nos um livro verdadeiramente surpreendente:
um retracto de um regime fictício, mas que há quatro décadas esteve
perto de despontar em Portugal.
Depois da revolução de 1974, os
comunistas conquistam o poder em Portugal, com um golpe militar apoiado
por Moscovo, e o País fica completamente isolado do exterior e com
fronteiras vigiadas, tornando-se um dos últimos bastiões
do comunismo no mundo, resistindo até à queda do Muro de Berlim e ao
colapso da URSS.
Esta é uma história desconcertante
sobre resistência, amor e sofrimento num país cruel que atraiçoou os
ideais de Abril e inquietante pela sua proximidade, porque nele se
projectam alguns dos maiores receios das sociedades
modernas, como o triunfo dos radicalismos e a privação das liberdades
individuais.
Este livro é um óptimo exercício
para imaginarmos como seria Portugal em 1974 se, realmente esta história
tivesse acontecido. À venda dia 6 de março.
SINOPSE
A 28 de Setembro de 1974, ainda o
povo celebrava a liberdade conquistada na revolução de Abril, um golpe
militar apoiado por Moscovo, e consentido por Washington, coloca os
comunistas no poder em Portugal. A propriedade
privada é abolida, uma base militar soviética é construída em Sines e
uma nova polícia política prende, tortura e condena ao esquecimento
todos os opositores do regime. Ano após ano, cerimónias grandiosas em
Lisboa e no Porto celebram com paradas militares
e bandeiras vermelhas os sucessivos aniversários da revolução
comunista. O País mergulha num longo período de trevas que
resistirá à queda do Muro de Berlim
e ao colapso da URSS. No recanto mais Ocidental da Europa,
completamente isolado do exterior e com fronteiras vigiadas, subsiste um
dos últimos bastiões do comunismo no mundo. É neste
ambiente opressivo que se confrontam as personalidades de dois antigos
amantes. Francisco, um escritor dissidente, e Maria, uma cada vez mais
importante figura da nomenclatura. Francisco paga um preço demasiado
alto por afrontar o regime com um livro perigoso
para o poder, Maria age à luz da fé inabalável, urgente e implacável de
tudo destruir para fazer nascer um mundo novo.
Retratando um mundo, mas que há
quatro décadas esteve perto de despontar em Portugal, este é um romance
inquietante pela sua proximidade – e porque nele se projetam alguns dos
maiores receios das sociedades modernas, como
o triunfo dos radicalismos e a privação das liberdades individuais.
Filipe Verde nasceu em 1961. A
primeira vocação encontrou-a na adolescência, corredor de motas. Mais
tarde, o fascínio sobre as sociedades que pareciam viver na idade da
pedra levou-o a estudar Antropologia. É o que faz
há 30 anos, ensinando-a há 25. Publicou três livros numa contracorrente
antropológica muito própria, e o que de entre eles prefere é O Homem
Livre – Mito, Moral e Carácter numa Sociedade Ameríndia, uma comparação
dos mitos e universos éticos de Ameríndios,
Gregos clássicos e Europeus modernos. No último ano começou a escrever
ficção, escrevendo dois romances. 1974 é o primeiro que publica.
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