terça-feira, 17 de junho de 2014

Amores Secretos - Kate Morton [Opinião]

Título: Amores Secretos
Autor: Kate Morton
N.º de Páginas: 568
PVP: 17,90€


Laurel, actriz de sucesso, regressa à casa da família para celebrar o nonagésimo aniversário da mãe, Dorothy, que sofre de Alzheimer.

Esse dia recorda-lhe um outro, há muito esquecido. Naquele fatídico aniversário do seu irmão, Laurel estava escondida na casa da árvore, a fantasiar com um amor adolescente e um futuro grandioso em Londres, quando assistiu a um crime terrível, que mudaria a sua vida para sempre. Foi com terror que Laurel viu a mãe cravar a faca do bolo de aniversário no peito de um desconhecido. O regresso ao local onde tudo aconteceu é a última oportunidade para Laurel descobrir o temível segredo daquele dia e encontrar as respostas que só o passado da sua mãe lhe pode dar. Pista após pista, Laurel irá desvendar a história secreta de três desconhecidos que a Segunda Guerra Mundial uniu em Londres — Dorothy, Vivien e Jimmy — e cujos destinos ficaram para sempre ligados.

Uma fascinante história de segredos e mistérios, de um crime obscuro e de um amor eterno. Mais um livro inesquecível de uma das autoras de maior sucesso dos nossos tempos.


A minha opinião:
No dia de aniversário do irmão, em 1961, Laurel testemunha um acontecimento que a vai marcar para toda a vida. Com apenas 16 anos, a jovem vê a mãe assassinar um homem, desconhecido, e apenas as duas irão guardar a verdade dos acontecimentos. Para os outros, Dolly matou em legítima defesa. A partir daí nunca mais se falou disso.

Viajamos até a actualidade, 2011. Por altura de mais um aniversário, desta vez da mãe que completa 90 anos, Laurel volta à casa de infância e revive tudo aquilo que se passou. Dolly sofre de Alzheimer, está num estado terminal e esta poderá ser a última oportunidade de Laurel descobrir a verdade sobre aquele dia.

A investigação, difícil, vai levá-la a conhecer uma outra pessoa, um passado que desconhecia totalmente, uma Dolly completamente diferente que viveu a sua juventude durante a Segunda Guerra Mundial.

O livro vai fazer-nos viajar no tempo pelos anos de 1941, 1961 e 2011 ao mesmo tempo que vamos desvendado o passado de Dolly e de como se chega ao assassinato.

Seguindo um padrão um tudo semelhante aos seus anteriores livros, Kate Morton oferece-nos personagens ricas em sentimentos, e leva-nos para três diferentes épocas, que é o que me agrada mais nos seus romances.

Tudo bem que o facto de a investigação de Laurel é um pouco forçada e fácil de mais. Apesar de os factos terem ocorrido há tantos anos, onde não existia computadores e internet, a filha mais velha de Dolly consegue, com uma facilidade incrível, descobrir pistas, quer seja através de postais, fotografias ou diários de alguns intervenientes existentes em bibliotecas, passando por pessoas ainda vivas e completamente sãs, que se lembram de tudo do que fizeram em 1961. No entanto, são essas provas que nos levam a apaixonar ainda mais pelo livro.

Dorothy, Jimmy e Vivien são as personagens centrais do romance. Dorothy (Dolly) é uma mulher apaixonada, cheia de ambições, que vive um pouco à frente do seu tempo, mas peca por ser sonhadora demais. Jimmy é o rapaz por quem qualquer rapariga se apaixonaria. Gentil, divertido, apaixonado, trabalhador, dedicado à família e, ao mesmo tempo, eminente fotógafo, tem um futuro risonho à sua frente. Vivien uma mulher rica, misteriosa e solitária, partilha como Dolly o facto de ambas serem órfãs. Os três vivem a sua juventude na Segunda Guerra Mundial, numa altura em que Inglaterra estava a ser bombardeada pelo inimigo. Ambos têm papel relevante para a ajuda de desalojados, de crianças órfãs, vítimas da guerra e para a divulgação de todos os desastres que se vão passando.

Quanto a Laurel tem um papel preponderante na trama: a investigação de todo o passado da mãe. Mas Laurel é apenas isso, uma investigadora persistente.

Kate Morton alinha num grande livro amor, mistério, história, ao mesmo tempo que prova que a maioria de nós guarda sempre uma segredo do passado, uma opção tomada que poderá ter mudado para sempre o rumo da nossa vida. E que muitas vezes um assassinato é apenas a libertação de uma dor maior vinda do passado.

Excelente!


Excerto: 
"A passagem da infância era mais vibrante do que qualquer outra. Não importava onde fosse ou que aspecto tomasse, as vistas e os sons deixavam uma impressão diferente dos que se encontrassem mais tarde. Tornavam-se parte de uma pessoa, inevitavelmente" - pag. 54
"- Eu fiz tantos disparates... tantos disparates. Amor, Laurel, é a única razão por que uma pessoa se deve casar. Por amor." - pag. 239

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