Título: Nó
Autor: Daniel Jonas
N.º de Páginas: 64
PVP: 10,00 €
Coleção: Poesia Inédita Portuguesa
Sobre a poesia de Daniel Jonas escreveu-se recentemente que «[…] atravessa tempos diversos: o clássico, o romântico, o moderno, numa apoteose de rastos e linhagens que comparecem subtilmente. Nela encontramos, no mais alto grau, a ideia da linguagem poética como concentração e densidade. Ela é hábil nos jogos retóricos e de palavras, mas nunca deixa que isso se torne um exercício fútil e gratuito» (António Guerreiro, Público, 2014). Nó é um surpreendente livro de sonetos que será publicado pela Assírio & Alvim no dia 24 de abril.
Do ventre da baleia ergui meu grito:
Senhor! (dizer teu nome só é bom),
Em fé, em fé o digo, mesmo com
Um coração pesado e contrito
Que és de tudo verdade e não mito,
O coração do amor, de todo o dom,
Conquanto seja raro o bem e o bom
E toda a luz aqui me falhe, és grito
Que chama toda a chama de esperança
E acorda a luz que resta à réstia eterna,
Conquanto viva o mártir na espelunca
Da vida (quem espera amiúde alcança)…:
Possa o nazireu preso na cisterna
Sofrer de ser só tarde mas não nunca.
Sobre o autor:
Daniel Jonas nasceu no Porto, em 1973. É Mestre em Teoria da Literatura pela Universidade de Lisboa com uma dissertação sobre o poeta inglês John Milton, de que resultou a tradução de Paraíso Perdido. Publicou quatro livros de poesia, entre eles Os Fantasmas Inquilinos e Sonótono (Prémio Pen Clube de Poesia 2008). Traduziu Um Punhado de Pó, de Evelyn Waugh, e Seis Personagens à Procura de um Autor, de Luigi Pirandello. Prepara atualmente a seleção e a tradução de um volume de poemas de William Wordsworth, a publicar na Assírio & Alvim.
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