Título: Ararat
Autor: Alexandre Saro Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 282
Editor: Chiado Editora
Coleção: Viagens na Ficção
PVP: 13€
Sinopse:
Segundo a tradição judaico-cristã, após meses de diluvio universal, a Arca de Noé terá tocado terra firme num monte chamado de Ararat. Foi nesse local que os filhos de Noé recomeçaram a titanesca tarefa de recolonização do planeta. Milénios depois, algures no Minho profundo, reconstruir essa arca torna-se no desígnio de uma Instituição pública da região.
ARARAT conta essa história. As vidas, os propósitos, medos, ilusões, mesquinhez e a forte presença da religião.
Um emigrante ilegal vem para Portugal em busca de um sonho. Um político local tenta reformar-se com dinheiro e glória. Um jovem ambicioso engenheiro reencontra uma paixão antiga jamais consumada, enquanto um advogado descobre ter casado por amor. Percursos de vida entranhados de ambição e frustração.
Em síntese, ARARAT é a história colateral à edificação de uma obra pública. A história marginal aos grandes desígnios. Ou, talvez quem sabe, a história principal.
É uma narrativa negra ilustrativa das debilidades contemporâneas dos descendentes de Noé.
A minha opinião:
Não conhecia Alexandre Saro nem nunca tinha ouvido falar de Ararat até que, por intermédio do próprio autor, chegou-me às mãos o seu livro e, confesso, foi uma agradável surpresa.
Ararat, um projecto megalómano que junta uma empresa estatal e a vontade utópica de criar uma espécie de Arca de Noé que salve uma localidade envelhecida no Minho profundo, é o mote para conhecermos todas as personagens que vão surgindo no livro e, na vida do comum português.
Nele se cruzam Miguel, o protagonista desta história, um homem um tanto ou quanto apagado, colocado de parte pela empresa onde trabalha. Mas eis que surge a oportunidade de ingressar no projecto Ararat e, apesar de não concordar com ele, acaba por se render ao facto de poder alcançar alguma visibilidade e, poder assim, ter uma cargo de suma importância na empresa. O seu casamento estagnou e este projecto poderá ser uma lufada de ar fresco.
A trabalhar na mesma empresa está Emanuel, um homem que casou por interessa na fortuna do sogro e que deseja alcançar cada vez mais sucesso e dinheiro.
Torcato, o manda-chuva. Um homem desprezível, que tem com ele muitos pecados: o da gula e o do poder serão os mais evidentes. Uma personagem que detestei, mas que se vê a cada virar da esquina.
Pelo meio encontramos ainda um imigrante giorgiano, a personagem com mais criei empatia, que vem para o nosso país com o sonho de uma vida melhor, mas cuja vida não vai ser assim tão facilitada.
Para quem não leu recomendo a sua leitura. Com uma escrita simples, fluída e bastante interessante, Ararat proporcionou-me uma tarde de agradável leitura.
2 comentários:
Uma boa crítica sobre um livro da Chiado é sempre uma agradável surpresa para mim, também escritora associada a essa Editora. Já conhecia o livro mas ainda não tive oportunidade de o ler.
Beijinhos xx
www.helenaduque.com
Este livro é muito bom Helena, tal como calculo que seja o seu. Já li livros da Chiado bastante bons ;)
Beijinhos,
MM
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