Título: O Retrato da Mãe de Hitler
Autor: Domingos Amaral
N.º de Páginas: 420
Editora: Casa das Letras
Lisboa 1945.
Jack
Gil Mascarenhas Deane já não trabalha para os serviços secretos
ingleses, pois a guerra acabou, mas a chegada do seu pai a Lisboa vai
alterar a sua vida. O pai é um colecionador de tesouros nazis e vai
obrigar Jack Gil a ajudá-lo na sua demanda pelos valiosos artefactos,
que muitos nazis, como Manfred, tentam vender em Lisboa, antes de
fugirem para a América do Sul.
Dividido entre o desejo de ajudar
o pai e o desejo de partir de Lisboa, Jack Gil está também dividido nos
seus amores, pois embora esteja apaixonado por Luisinha, uma portuguesa
que adora cinema e acredita na democracia, fica perturbado pelo
regresso de Alice, o seu amor antigo, uma mulher duvidosa, misteriosa
mas entusiasmante, que fora a sua paixão de uns anos antes, e que
desaparecera certa noite da sua vida.
A minha opinião:
Continuação de "Enquanto Salazar Dormia" este novo livro de Domingos Amaral acompanhou-me nas minhas férias na praia. E tornou-se numa leitura ideal. Escrito de uma forma leve, mas engraçada, "O Retrato da Mãe de Hitler" traz de volta Jack Gil, ex-agente do MI6, que conta ao neto as suas peripécias depois de terminada a Segunda Guerra Mundial.
O autor traz também de volta Luisinha e a sedutora Alice que endoidece o protagonista. No entanto, o bom senso de Luisinha, a sua inteligência e perseverança vão levar a melhor sobre o galã luso-inglês.
Ao contrário do primeiro livro que tratava das peripécias do espião inglês pelo nosso país durante a Segunda Grande Guerra, aqui temos novamente as peripécias, sobretudo amorosas, mas no pós-guerra. Domingos Amaral retrata um Portugal da censura, um país com medo da polícia política, mas também um Portugal que ajudou refugiados nazis. É aqui que entra mais uma investigação de Jack Gil. A pedido do pai, um homem desprezível que não quer saber de ninguém a não ser dele próprio, Jack vai-se envolver na investigação de tesouros nazis, trazidos para Portugal por muitos refugiados que vêem neles uma possível moeda de troca. Um desses refugiados é Manfred, um nazi fanático, que deseja ver o ideal do nazismo surgir novamente, e acredita que o seu mentor, Hitler, não se tenha suicidado a 30 de Abril de 1945. Mesmo assim, e sabendo onde está guardado um pequeno baú com as relíquias do seu ídolo, Manfred decide traze-las para Portugal a fim de ganhar algum dinheiro com elas. Nesse baú encontra-se o retrato da mãe de Hitler.
Tal como o primeiro livro do autor, adorei ler este seu seguimento. Gostei do tema abordado, a par das aventuras amorosas de Jack Gil, que serviram para tornar o livro mais agradável.
Uma óptima leitura de férias. Recomendo.
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