terça-feira, 28 de maio de 2013

Branco - Alberto Silva [Opinião]

Título: Branco
Autor: Alberto Silva
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 169
Editor: Chiado Editora
Coleção: Viagens na Ficção
PVP: 12€

Sinopse:
Viaja-se aos desígnios da mente humana, sem propósito de as desbravar, mas antes espreitar, como quem vigia o buraco da fechadura. Fazem- se contas no final, entre dementes passagens carregadas de emoção, em ambientes mágicos, trágicos - talvez. Talvez seja assim, este livro. Ou talvez não.

"Estou rodeado de branco. Paredes brancas, cama branca, lençóis brancos. Tudo é branco. Perfeitamente branco. Não de um branco qualquer. De branco branco." "Sinto-me vazio, seco de mim. Empresto-me memórias passadas, minhas, vividas. Relembro episódios idos de tempos mortos. Encosto-me, velho, na lateral desta cama, esquecendo o lugar, olvidando o presente. Enfio, em mim mesmo, vontades de fuga, de escape. Ternura não tenho, nem jeitos de carinho. Se os tivesse, não teria a quem os deixar."


A minha opinião:


Apesar de Branco ser um livro de prosa, Alberto Silva transporta-nos, de uma forma poética, para o universo de Rita e do narrador do livro. Branco é um estado de espírito, é um nada, um vazio, que assola o protagonista num final de vida triste, só e com um grande amor nunca resolvido.

Uma narrativa sombria, negra como a capa do próprio livro, pessimista, que nos leva ao canto obscuro da nossa mente, da nossa rua, da nossa própria casa.

As relações humanas são por demais evidentes, levando-nos a conhecer o casal protagonista da história, com o seu amor um pelo outro, mas que uma acção irreflectida vai emsombrar a relação.

Um livro para reflectir, e para ler com calma, de modo a saborear tudo o que nele é dito.

No final do livro, Alberto Silva brinda-nos ainda com umas quantas páginas de uma brilhante poesia.

Recomendo.


Excertos:
"... o branco é incerteza, é tudo e não é nada. É um mundo puro, perfeito, sem fim, mas impossível."
"Somos fruto do nada aos olhos de quem nos vê no dia-a-dia."
"O agora é passado, nunca presente. Alcançar o presente é utopia das utopias da humanidade. Agora, foi-se."





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