terça-feira, 26 de março de 2013

O Filho de Ninguém - Olivia Darko [Opinião]


Título: O Filho de Ninguém
Autor:
Olivia Darko
N.º de Páginas: 97
Editora: Chiado Editora
Colecção: Viagens Na Ficção
Data de publicação: Março de 2012

Justino viveu isolado do mundo os primeiros 26 anos da sua vida, tendo apenas a mãe por companhia.

Quando faz a transição para a vida em sociedade, os lapsos de memória que sempre o tinham acompanhado recomeçam, mais fortes e menos espaçados, e assaltam-no memórias de vivências que não tem a certeza de serem reais, mas que se tornam cada vez mais vívidas e perturbadoras.

A aproximação de uma mulher, Sofia, provoca um turbilhão de emoções contraditórias que o conduzem a um caminho sem retorno, e o único fim possível acaba por ser a descoberta da terrível verdade que estava enterrada no seu subconsciente.


A minha opinião:

Justino é fruto da educação repressiva que a mãe sempre lhe deu. Isolado do mundo até praticamente aos 26 anos, Justino é um rapaz que vive muito para si, mas sobretudo para mãe, de quem é completamente dependente. Quando fez sete anos a mãe decidiu deixá-lo ir para a escola, mas essa seria uma opção pouco acertada, já que os miúdos, como sempre cruéis, gozavam com ele. Primeiro pelo nome, Justino, pouco adequado aos nomes habituais naquela altura, e depois por não saber a data exacta do seu nascimento. Quando a professora adoeceu e houve necessidade de encerrar a escola de vez, Maria, a sua mãe decidiu ela mesma ensiná-lo a ler, escrever e a fazer contas, isolando-o do mundo. A não ser a presença assídua do pároco local, Carlos, Justino e Maria não viam mais ninguém.

Carlos foi sempre preponderante nas decisões familiares. Procurando estar presente em todas as ocasiões lá foi convencedo Maria que, com 26 anos, Justina teria de arranjar uma ocupação. Seria a libertação do rapaz, pensou ele, mas nem tudo resultou.

As perdas de memória começam a ser cada vez maiores, e nem mesmo Sofia, colega na empresa onde trabalha, consegue abstraí-lo do seu próprio mundo.

É numa viagem de trabalho que Justino começa a recordar um episódio sangrento, que não sabe ser realidade ou pura imaginação. No entanto, a descoberta vai mudar para sempre a vida de ambos (Justino e Sofia).

Um livro que se lê de uma acentada, até porque é bastante pequeno (97 páginas), mas também porque a sua leitura é leve e nos dá desejos de saber o final da história, que posso dizer ser surpreendente em algumas partes. Outras, mais previsíveis, não deixaram mesmo assim de me surpreender.

Só me resta perguntar à autora: para quando o próximo livro?



6 comentários:

Unknown disse...

Olá Maria.
Espero que tenhas gostado da obra. Quando elogio um livro fico sempre apreensivo quando os outros o leêm, para ver se têm a mesma opinião do que eu. :)
Boas leituras!

Maria Manuel Magalhães disse...

Foi mesmo uma agradável surpresa André. Tinha-o guardado para leitura futura, mas depois de ter visto excelentes comentários em relação a ele, incluindo o teu, decidi pegar nele e em boa hora o fiz.

Boas leituras :)

Unknown disse...

Muito obrigada, nem tenho palavras para explicar como me sinto grata por estas opiniões! O próximo está a caminho, e prometo que será maior e melhor :)

Maria Manuel Magalhães disse...

O seu livro foi uma enorme surpresa, pelo que não precisa de agradecer. Nós, leitores, é que agradecemos pela agradável leitura que nos proporcionou. Ficarei à espera de notícias. Quando estiver pronto pode sempre contactar-me por email para que este seja divulgado.

nuno chaves disse...

Sem dúvida uma pergunta a ter em conta Maria Manuel.... "Para quando um próximo livro"?
Foi também para mim uma excelente surpresa, volta a reiterar que um grande livro, não tem que ser propriamente um livro grande.
Foi com muita satisfação que li este "Filho de Ninguém" não consegui parar.

p.s. A respeito da nossa conversa... são precisamente caso destes que é pena não serem abraçados por "editoras a sério"
Não menosprezando esta.
Nuno

Maria Manuel Magalhães disse...

Fica a esperança que algum dia estas obras sejam olhadas de outra forma e sejam mais divulgadas e lidas por mais pessoas

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