terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Sonhos Proibidos - Lesley Pearse [Opinião]

Título: Sonhos Proibidos
Autor:
Lesley Pearse
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 624
Editor: Edições Asa

Sinopse:

Belle tem quinze anos e uma vida protegida. Graças aos cuidados da ama, ela nunca se apercebeu de que a casa onde vive é um bordel, regido com mão de ferro pela sua mãe. Porém, a verdade encontra sempre maneira de se revelar… Para Belle, será no trágico dia em que assiste ao assassinato de uma das raparigas da casa. Ingénua e indefesa, ela fica à mercê do criminoso, que a rapta e leva para Paris, onde se inicia como cortesã. Afastada do único lar que conheceu, a jovem refugia-se nas memórias de infância e acalenta o sonho de voltar aos braços do seu primeiro amor, Jimmy.

Mas Belle já não é senhora do seu destino. Prisioneira da sua própria beleza, é alvo do desejo dos homens e da inveja das mulheres. Longe vão os anos da inocência e, quando é levada para a exótica e decadente cidade de Nova Orleães, ela acaba por apreciar o estilo de vida que o Novo Mundo tem para lhe oferecer. Mas o luxo e a voluptuosidade que a rodeiam não mitigam as saudades que sente de casa, e Belle está decidida a tomar as rédeas da sua vida. Um sonho que pode ser-lhe fatal pois há quem esteja disposto a tudo para não a perder. No seu caminho, como barreiras fatais, erguem-se um continente selvagem e um oceano impiedoso. Conseguirá o poder da memória dar-lhe forças para sobreviver a uma viagem impossível?

A minha opinião:
 
Apesar de ter ainda na estante Nunca me Esqueças; Procuro-te; e Segue o Teu Coração – Não Olhes para Trás por ler não consegui resistir à sinopse e comprei Sonhos Proibidos, o último livro que saiu de Lesley Pearse. Isto porque depois de ter lido, muito recentemente, Nunca Digas Adeus, fiquei muito impressionada com a escrita e com a originalidade das histórias da autora.

Apesar de quase que ignorada pela mãe, Belle é uma menina de 15 anos, protegida por esta e por Mog, governanta do bordel onde habitam. Apesar de Annie ser dona de um bordel, só quando presencia o assassinato de uma das prostitutas é que Belle descobre o que realmente se faz na casa onde vive.

Estamos na primeira década do século XX e este acontecimento vai mudar para sempre a vida de Belle, já que o assassino foge do local sabendo que deixou para trás uma testemunha. Depois de ter sido raptada para ser posteriormente vendida a um bordel em Paris, Belle acaba por se tornar uma aventureira para que, mais tarde, se torne dona do seu destino. De Paris é levada para Nova Orleães, o único sítio nos EUA onde era permitida a prostituição. Será prostituta de luxo até conseguir regressar a França onde deseja restabelecer-se financeiramente e encontrar o amor da sua vida, o homem que a havia levado para a América.

Entretanto, há também uma procura incansável por ela em Londres. Belle deixara com o coração despedaçado e cheio de preocupações Mog, Annie e Jimmy, o único rapaz que era o elo de ligação entre o Annie's (o bordel onde vivia) e o mundo exterior. Para Jimmy Belle foi amor à primeira vista e a procura pela sua amada era incansável. Aliou-se a um jovem jornalista que tinha conhecido a prostituta assassinada e, juntamente com ele, começaram a investigar o passado do assassino, que julgaram sempre ter sido o raptor de Belle.

Uma história dramática, mas ao mesmo tempo bela. Mostrando que em todas as épocas há mulheres fortes, que conseguem superar mesmo as piores agruras e dar a volta por cima. Além disso evidencia um problema que sempre existiu e sempre existirá enquanto houver homens que gostem de estar com crianças: o tráfico de seres humanos, sobretudo de crianças.

Um livro lindo e um hino ao amor extraordinário.

Estou curiosa para ler a continuação da vida de Belle já que a Asa vai lançar brevemente “A Promessa”, a continuação de Sonhos Proibidos.

Excerto:
“...tinham-lhe roubado todas aquelas coisas simples, o beijo de um namorado, o sonho de ser dona de uma loja de chapéus, e casar e ter filhos.”

“A morte não é a solução, é apenas a maneira cobarde de fugir à dor.”

Sem comentários:

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