Edição/reimpressão: 2011
N.º de Páginas: 250
Editor: A Esfera dos Livros
PVP: 18€
Sinopse:Carlos e Nicole conheceram-se nas ruas de Paris. As tropas alemãs avançavam em passo forte e determinado, mas todos acreditavam que a capital francesa estava a salvo da loucura de Adolf Hitler. Enganavam-se. Em poucas semanas, as tropas nazis estavam às portas de Paris e milhares de refugiados procuravam salvação. Nicole encontrou-a em Bordéus pelas mãos do embaixador Aristides de Sousa Mendes que lhe entregou um visto para chegar até Portugal, onde finalmente cairia nos braços do seu amado. Longe da guerra, longe do perigo, longe do estigma de ser judia, seria finalmente feliz. Mas há preconceitos que são difíceis de quebrar e mais uma vez os dois amantes são obrigados a seguir caminhos diferentes. Carlos fica em Lisboa, entre os negócios do pai, um homem influente na sociedade salazarista e a doença da mãe. Nicole parte para Londres, uma cidade que vive dias dramáticos sob a ameaça de ser bombardeada pela aviação alemã. Participa no esforço de guerra da melhor forma que sabe, vestindo a farda de enfermeira, pondo em risco a sua vida para ajudar os outros. Na esperança de conseguir esquecer Carlos. Contudo no meio dos escombros da Segunda Guerra Mundial há um amor capaz de resistir a tudo.
A minha opinião:
Segundo o autor, Por ti, Resistirei, é um romance baseado em factos verídicos e que ao fazer a pesquisa para o seu novo livro descobriu que havia muitos portugueses a apoiar a Alemanha na Segunda Guerra Mundial. Inclusive, houve muitos a irem trabalhar para a Alemanha e a assinarem revistas alemãs e mesmo pró-nazis, embora desconhecessem muitas das atrocidades nazis.
Júlio Magalhães coloca mesmo uma das personagens, um médico, tio da personagem principal, a voluntariar-se num hospital alemão, sendo o próprio pai, Alfredo Magalhães, um apoiante nazi, embora mais pelo interesse económico que daí poderia advir para a sua empresa do que propriamente pela ideologia de Hitler.
Há claramente neste livro um conflito de gerações, conflito de ideias, antes de haver propriamente, racismo por parte da família de Carlos. Em suma, Carlos tem um pai que não o compreende. Um pai autoritário, cujo diálogo é escasso. Alfredo Magalhães sonha casar o filho com a filha de um banqueiro com quem tem boas relações e não vê com bons olhos a relação do filho com uma judia que o filho conheceu em França aquando dos seus estudo em belas-artes na cidade-luz. Por isso mesmo, usa todos os meios ao seu alcance, e de todas as influências que havia na altura, para afastá-los.
Nicole, assim se chama a jovem judia acaba por ter de sair de Lisboa (havia conseguido partir de França com a ajuda do Cônsul em Bordéus Aristides de Sousa Mendes) e parte para Inglaterra, mas Carlos está sempre com ela no coração e nem a doença da sua mãe, Alzheimer, ainda pouco falada em Portugal e diagnosticada por um médico a confirmada pelo Nobel Egas Moniz, faz com que este ceda ao desejo do casal de influentes empresários em casar com Maria Eugénia.
Um romance bastante leve sobre a Segunda Guerra Mundial que não aprofunda em nada o tema, mas que é perfeitamente aceitável para uma leitura de Verão.
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