segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Roberto Saviano conquista prémio "Livro Europeu do Ano"

Roberto Saviano, autor tornado célebre mundialmente com o livro Gomorra, publicado em Portugal pela editora Caderno, conquistou agora o Prémio Livro Europeu do Ano, promovido pela associação Esprit d’Europe, com a obra A BELEZA E O INFERNO, igualmente publicado por esta editora.
O galardão visa premiar obras propostas por 27 países europeus e este ano apresentava a concurso nomes como Tzvetan Todorov ou Eduardo Lourenço. No entanto, o júri presidido pelo cineasta alemão Volker Schlondörff acabou por eleger, na categoria de não ficção, os ensaios e reportagens reunidas em A Beleza e o Inferno. Recorde-se que foi justamente este prémio que levou a que o escritor José Saramago saísse de Portugal, quando viu vetada pelo Governo português a proposta de apresentar a concurso a obra O Evangelho Segundo Jesus Cristo.
Mais informações em: http://www.livre-europeen.eu/.

Sobre o autor:
O jornalista Roberto Saviano nasceu e cresceu em Nápoles, onde começou uma brilhante carreira como jornalista. Infiltrado na Máfia napolitana, publicou em 2006 o aclamado best-seller internacional Gomorra (editado pela Caderno em 2008). O sucesso do livro, porém, rapidamente se tornou num pesadelo – desde então o autor italiano, perseguido pelos mafiosos que denunciou, viu-se obrigado a viver na clandestinidade, sempre sob protecção policial. Vencedora do Prémio Viareggio, a obra deu origem a um filme com o mesmo nome, galardoado com o Grande Prémio do Júri do Festival de Cannes

Sobre A Beleza e o Inferno
A máfia nunca perdoa, nunca esquece, e Roberto Saviano sabe-o melhor do que ninguém. Jornalista sem medo de morrer, infiltrou-se na Camorra napolitana durante anos. Saiu de lá vivo e contou a sua história. Desde então vive em fuga, preso em quartos de hotéis sem janelas, de onde só sai sem aviso mas com escolta, a ver a vida através dos vidros fumados dos carros, à prova de bala, à prova de bombas. É o Inferno de que nos fala este livro. A vida em fuga permanente, sem poiso firme, sem luz. Do outro lado, porém, resiste a Beleza, e dela não se esquece Saviano. Recorda ir às escondidas ao estádio do Barcelona ver Lionel Messi, a “Pulga”, a devastar os adversários; lembra-se de falar com ele lá em baixo, nos balneários, e ouvir a incrível história do menino anão, que venceu o próprio corpo com um coração de gigante. Este livro é a história do “Pulga”, mas também de Miriam Makeba, que um dia foi cantar para Saviano – para ele, por ele, e por todos os filhos da Mãe África que morrem às nossas mãos manchadas de sangue e de culpa; ou ainda a história de Anna Politkovskaia, outra jornalista sem medo, esta morta porque não havia outra maneira de lhe calar a boca. São os rostos da beleza, as vozes da liberdade, o que resta no mundo cada vez mais fechado de Saviano. São as suas histórias desde que foi condenado à morte, as palavras que consegue pôr cá fora, tudo o que ainda lhe é permitido ver, ouvir e dizer, todo o horror e poesia que existem entre A Beleza e o Inferno.

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