segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Marina - Carlos Ruiz Zafón [Opinião]


Título: Marina
Autor: Carlos Ruiz Zafón
N.º de Páginas: 260
PVP: 18,85€
Tradução: Maria do Carmo Abreu

Marina, o livro que antecedeu o bestseller mundial A Sombra do Vento, é um dos romances favoritos do escritor Carlos Ruiz Zafón. Por muitos considerado uma das maiores revelações literárias dos últimos anos, Zafón confessa, ainda assim, que este é “possivelmente o mais indefinível e difícil de catalogar de quantos romances escrevi, e talvez o mais pessoal”.
Marina, tal como a obra que consagrou Zafón, é um romance mágico de memórias, escrito numa prosa ora poética ora irónica, assente numa mistura de géneros literários (entre o romance de aventuras e os contos góticos) e onde o passado e o presente se fundem de forma inigualável. Classificado pela crítica como «macabro, fantástico e simultaneamente arrebatador», Marina propõe ao leitor uma reflexão continuada sobre os mistérios da condição humana através do relato alternado de três histórias de amor e morte. Ambientada na cidade de Barcelona, a história decorre entre Setembro de 1979 e Maio de 1980 e depois em 1995 quando Óscar, o protagonista, recorda a força arrebatadora do primeiro amor e as aventuras com Marina, recupera as anotações do seu diário pessoal e revisita os locais da sua juventude.
A minha opinião:
Completamente cativante este primeiro livro de Carlos Ruiz Zafón. Adorei lê-lo, assim como adorei ler A Sombra do Vento, primeiro romance que li do autor e que me fez fã da sua escrita e da sua narrativa.
Mantendo como ambiente do romance Barcelona (uma das minhas cidades preferidas) Zafón transporta-nos para uma estória sórdida e completamente irreal de Óscar Drai, um rapaz solitário, praticamente orfão visto que está votado ao abandono num internato em Barcelona, e de uma jovem que acaba por partilhar da mesma condição de Óscar já que vive isolada do mundo real, juntamente com o seu pai, num mausoléu decadente, Marina.
Num dos seus passeios de conhecimento da cidade, Óscar conhece Marina e juntos vivem uma aventura inesquecível. Conhecem uma mulher misteriosa que visita frequentemente uma campa sem qualquer inscrição num cemitério praticamente abandonado, um médico que se esconde do mundo, um polícia reformado que vive inconformado por não ter descoberto um crime que os liga a todos, um empresário falido e um estranho logótipo de uma borboleta preta que transporta parte do mistério da trama. O desejo de um homem em querer reconstruir aquilo que a mãe natureza por uma ou outra razão destruiu é o centro de toda a trama e faz-nos pensar se o futuro não será assim.
Mais uma vez não me desiludi com Zafón que nos leva a atravessar com ele aquela Barcelona antiga do fim dos anos 70 início de 80, cujos edifícios já não existem, mas que pela descrição é como se tivéssemos vivido também naquela época. Uma Barcelona sombria, cheia de mistérios por resolver que faz com que valha imenso a pena ler este livro e desejar não o ter lido mais cedo.
Excertos:
“Apenas recordamos o que nunca aconteceu”.
“Não sabia então que o oceano do tempo mais tarde ou mais cedo nos devolve as recordações que nele enterramos”.
“Todos temos um segredo fechado à chave nas águas-furtadas da alma”.
“O tempo não nos torna mais sábios, apenas mais cobardes”.

5 comentários:

Lia Silva disse...

Amei este livro. Envolvente e viciante.

cris disse...

no emu blog tenho um link directo aqui p o teu, espero q n te importes... Boas leituras!

Maria Manuel Magalhães disse...

Olá Cris, não me importo nada, muito pelo contrário :)
Obrigada pela referência :)

Boas leituras...

Anónimo disse...

aonde encontro para comprar este livro?

Maria Manuel Magalhães disse...

Caro "anónimo" pode comprar este livro em qualquer livraria ou hipermercado ou então através de internet em sites como a www.wook.pt, www.fnac.pt ou www.bertrand.pt, por exemplo.

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